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Sexta, dia 24

Pontes do Brooklin - The National e MGMT

por Rodrigo Ortega

Fotos: Rodrigo Ortega e Lívia Mendonça

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As más-notícias de São Paulo se repetiram no Rio de Janeiro: os cambistas estavam desesperados, com muitos ingressos nas mãos, e as tendas não estavam cheias. E o maior absurdo de todos: pela primeira vez na vida eu não esbarrei com Caetano Veloso curtindo as bandas do Tim Festival, o que foi a prova definitiva da decadência do evento para mim.

Mesmo assim, o The National e principalmente o MGMT fizeram ótimos shows. Ainda não tive notícias do Show da Xuxa do Kanye West no Rio, mas valeu a pena a noite na tenda das Pontes do Brooklin, mesmo metade vazia (ou metade cheia). O local foi alvo de um ataque de guitarras distorcidas, que foram os destaques em ambas as apresentações.

O National no palco se resume a seis músicos com visual de professores de física e pouca iniciativa de conversar com o público. O pessoal da fila da cerveja nem esboçou uma reação quando a banda começou a fazer um som grave lá na frente, mas aos poucos as pessoas foram prestando atenção.


The National e o Tim atrás

Passando por canções como "Slow show" e "Squalor Victoria", do ótimo disco Boxer (2007), o show foi ganhando intensidade. O que começou como uma apresentação de neo-shoegazers virou bagunça, com os gritos de "Abel" e o vocalista Matt Berninger enrolando uma bandeira do Brasil no pescoço e indo cantar no meio do público em "Mr. November". Nem rolou bis, mas platéia e banda pareciam satisfeitos.

The National - "Squalor Victoria"

The National - "Mr. November"

Logo antes de o MGMT começar, o lugar já estava mais cheio, mas mesmo assim o balcão para pegar bebidas estava muito mais concorrido do que a frente do palco. Umas garotas irlandesas do nosso lado eram as únicas que ensaiavam gritos de "MGMT! MGMT!" para que o show, que estava bem atrasado, começasse logo.


Andrew, o guitarreiro

Eles subiram ao palco com um baterista, um guitarrista e um baixista acompanhando Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser. São as guitarras que predominam, soterrando as eletronices e nuances do disco. Quem esperava Flaming Lips encontrou Sonic Youth.

Andrew centraliza as atenções e o guitarrista solo toca umas notas cabulosas, como diria aquele seu primo metaleiro. Na primeira metade do show se destacam "Pieces of what", o coro da galera em "The Youth" e "Electric Feel", com participação de Har Mar Superstar, músico malucão que veio ao Brasil de carona com os amigos do Neon Neon.


As sombras de um MGMT

Depois disso o show passa pelo seu anti-clímax, com duas enormes músicas uma música gigantesca (!), "Metanoia", com cara de rock progressivo, que eu espero não ser o caminho do disco novo, mas temo que sim. Felizmente chega a hora de "Time to pretend" e o grand-finale com "Kids". Sempre gostei mais da primeira, mas ao vivo "Kids" é A música. Nessa hora eu agradeci por essa ser a pior edição do Tim e eu poder ver de perto e com espaço pra dançar.

MGMT - "Time to pretend"

MGMT - "Kids"

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