As más-notÃcias de São Paulo se repetiram no Rio de Janeiro: os cambistas estavam desesperados, com muitos ingressos nas mãos, e as tendas não estavam cheias. E o maior absurdo de todos: pela primeira vez na vida eu não esbarrei com Caetano Veloso curtindo as bandas do Tim Festival, o que foi a prova definitiva da decadência do evento para mim.
Mesmo assim, o The National e principalmente o MGMT fizeram ótimos shows. Ainda não tive notÃcias do Show da Xuxa do Kanye West no Rio, mas valeu a pena a noite na tenda das Pontes do Brooklin, mesmo metade vazia (ou metade cheia). O local foi alvo de um ataque de guitarras distorcidas, que foram os destaques em ambas as apresentações.
O National no palco se resume a seis músicos com visual de professores de fÃsica e pouca iniciativa de conversar com o público. O pessoal da fila da cerveja nem esboçou uma reação quando a banda começou a fazer um som grave lá na frente, mas aos poucos as pessoas foram prestando atenção.
Logo antes de o MGMT começar, o lugar já estava mais cheio, mas mesmo assim o balcão para pegar bebidas estava muito mais concorrido do que a frente do palco. Umas garotas irlandesas do nosso lado eram as únicas que ensaiavam gritos de "MGMT! MGMT!" para que o show, que estava bem atrasado, começasse logo.
Andrew, o guitarreiro
Eles subiram ao palco com um baterista, um guitarrista e um baixista acompanhando Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser. São as guitarras que predominam, soterrando as eletronices e nuances do disco. Quem esperava Flaming Lips encontrou Sonic Youth.
Andrew centraliza as atenções e o guitarrista solo toca umas notas cabulosas, como diria aquele seu primo metaleiro. Na primeira metade do show se destacam "Pieces of what", o coro da galera em "The Youth" e "Electric Feel", com participação de Har Mar Superstar, músico malucão que veio ao Brasil de carona com os amigos do Neon Neon.