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Tim Festival 2008

Marina da Glória, RJ - 24 e 25/10/2008

por Rodrigo Ortega

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Mesmo na edição mais minguada da história do festival, o Pílula animou de atravessar as Pontes do Brooklin e aterrissar nas Novas Raves da Marina da Glória, no Rio de Janeiro.

Sábado, dia 25 (continuação)

Novas Raves - Klaxons e Neon Neon

por Rodrigo Ortega

Fotos: Rodrigo Ortega e Lívia Mendonça

Será que o público em São Paulo é exigente demais, que o do Rio é muito oba-oba ou que realmente as bandas na Marina da Glória realmente tocaram melhor do que no Ibirapuera? Passado o fim-de-semana do Tim Festival, a diferença entre as resenhas das apresentações nas duas cidades são notáveis, especialmente no caso dos Klaxons e do Marcelo Camelo.

No caso do Camelo, até existe a desculpa de ele estar jogando em casa e de a organização ter literalmente aberto as portas para o público dos outros palcos, (inclusive a equipe Pilulal, em um choque térmico-sonoro saindo do esporro dos Klaxons direto para as novas-bossas-novas do barbudo, que aparentemente agradaram bem mais aos cariocas que aos paulistas).

Mas o caso do quarteto niureive impressionou até a própria banda. "O show do Klaxons no Rio foi definitivamente melhor do que o de São Paulo", disse o grandalhão Jamie Reynolds, como adiantamos no último post.

Desde o início com "Bouncer" até o final surreal com o gordinho do Bonde do Rolê e o maluco Har Mar Superstar de cueca em cima do palco ajudando a cantar "Four Horseman of 2012", foram poucas músicas que deixavam o público ficar parado.

O show é uma experiência meio desnorteante. Jamie Reynolds fica no meio do palco, mas o outro James e o Simon Taylor, o namorado da Lovefoxxx, também gritam ao mesmo tempo as letras surreais da banda, cada um com uma roupa mais hippie-do-futuro que o outro. O clima é vibrante sem forçar a barra. A paradinha em "Magik", que você pode ver no vídeo ali embaixo, foi de arrepiar.

Já o Neon Neon passou igualmente batido nas duas cidades. O show é até simpático, mas eu fiquei na dúvida se era pra rir das paródias do pop dos anos 80 ou se era pra dançar e curtir as músicas. As composições bem feitas e executadas levavam à segunda opção, mas as frases em português bizarro do Har Mar Superstar e suas danças surreais reforçavam a parte cômica.

No fim das contas, o Tim foi o melhor festival ruim que eu já vi. Mas fica a dúvida: será que eu deveria ser mais exigente, que já virei um carioca oba-oba ou as bandas na Marina da Glória realmente tocaram melhor do que no Ibirapuera?

Sábado, 25

Novas Raves - Neon Neon e Klaxons

por Rodrigo Ortega

Fotos: Rodrigo Ortega e Lívia Mendonça

"O show do Klaxons no Rio foi definitivamente melhor do que o de São Paulo". Quem garantiu isso foi o próprio Jamie Reynolds, em momento tiete do Pílula enquanto a banda dava umas voltas na área comum do festival. Confira nosso registro do show aí embaixo e volte aí depois pra ver a resenha completa.

Klaxons - "Golden Skans"

Klaxons - "Magik"

Klaxons - "Atlantis to Interzone"

Sexta, dia 24

Pontes do Brooklin - The National e MGMT

por Rodrigo Ortega

Fotos: Rodrigo Ortega e Lívia Mendonça

As más-notícias de São Paulo se repetiram no Rio de Janeiro: os cambistas estavam desesperados, com muitos ingressos nas mãos, e as tendas não estavam cheias. E o maior absurdo de todos: pela primeira vez na vida eu não esbarrei com Caetano Veloso curtindo as bandas do Tim Festival, o que foi a prova definitiva da decadência do evento para mim.

Mesmo assim, o The National e principalmente o MGMT fizeram ótimos shows. Ainda não tive notícias do Show da Xuxa do Kanye West no Rio, mas valeu a pena a noite na tenda das Pontes do Brooklin, mesmo metade vazia (ou metade cheia). O local foi alvo de um ataque de guitarras distorcidas, que foram os destaques em ambas as apresentações.

O National no palco se resume a seis músicos com visual de professores de física e pouca iniciativa de conversar com o público. O pessoal da fila da cerveja nem esboçou uma reação quando a banda começou a fazer um som grave lá na frente, mas aos poucos as pessoas foram prestando atenção.


The National e o Tim atrás

Passando por canções como "Slow show" e "Squalor Victoria", do ótimo disco Boxer (2007), o show foi ganhando intensidade. O que começou como uma apresentação de neo-shoegazers virou bagunça, com os gritos de "Abel" e o vocalista Matt Berninger enrolando uma bandeira do Brasil no pescoço e indo cantar no meio do público em "Mr. November". Nem rolou bis, mas platéia e banda pareciam satisfeitos.

The National - "Squalor Victoria"

The National - "Mr. November"

Logo antes de o MGMT começar, o lugar já estava mais cheio, mas mesmo assim o balcão para pegar bebidas estava muito mais concorrido do que a frente do palco. Umas garotas irlandesas do nosso lado eram as únicas que ensaiavam gritos de "MGMT! MGMT!" para que o show, que estava bem atrasado, começasse logo.


Andrew, o guitarreiro

Eles subiram ao palco com um baterista, um guitarrista e um baixista acompanhando Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser. São as guitarras que predominam, soterrando as eletronices e nuances do disco. Quem esperava Flaming Lips encontrou Sonic Youth.

Andrew centraliza as atenções e o guitarrista solo toca umas notas cabulosas, como diria aquele seu primo metaleiro. Na primeira metade do show se destacam "Pieces of what", o coro da galera em "The Youth" e "Electric Feel", com participação de Har Mar Superstar, músico malucão que veio ao Brasil de carona com os amigos do Neon Neon.


As sombras de um MGMT

Depois disso o show passa pelo seu anti-clímax, com duas enormes músicas uma música gigantesca (!), "Metanoia", com cara de rock progressivo, que eu espero não ser o caminho do disco novo, mas temo que sim. Felizmente chega a hora de "Time to pretend" e o grand-finale com "Kids". Sempre gostei mais da primeira, mas ao vivo "Kids" é A música. Nessa hora eu agradeci por essa ser a pior edição do Tim e eu poder ver de perto e com espaço pra dançar.

MGMT - "Time to pretend"

MGMT - "Kids"

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