“A velocidade da vida†nunca me enganou. Ele tem todas as caracterÃsticas de um pegadindie: é indie americano, tem uma sinopse super interessante, um tÃtulo poético, um diretor de quem ninguém nunca ouviu falar. Eu sabia que ele era pegadindie.
Mas fui assistir mesmo assim. E batata. O diretor Ed Radtke usa o artifÃcio macaco nu de lotar o filme com músicas bonitinhas - sobra até para o Au revoir Simone – para tentar disfarçar sua total falta de competência na direção. O protagonista Sammer, Jeremy Allen White, é muito bom quando está calado – suas narrações em off parecem que ele está com vontade de ir ao banheiro. E o roteiro tem tantos personagens e tantas histórias e tanta coisa acontecendo que a única coisa que falta é o prometido na sinopse: Sammer e seus amigos roubando câmeras de turistas e assistindo aos vÃdeos.
A idéia de Radtke é até bacana, mas é o tipo de filme que precisava de, pelo menos, mais um ano e meio de trabalho no roteiro antes de botar a câmera na rua. “A velocidade da vida†é, no fundo, a história de um menino (alter ego do próprio diretor, que dedica o longa ao pai) buscando acertar as contas com o pai (e com a vida) – e, nessa linha, fique com o “Tudo perdoado†que a Mari comentou aà embaixo. É bem melhor.