Usina 2, 16h50, lanchinho da tarde na mão, expectativa devidamente calibrada. Estava tudo pronto para “Ato de violênciaâ€, filme altamente recomendado por meu amigo Igor Costoli. Tudo, menos o filme.
“Ato†estava sendo exibido digitalmente desde São Paulo, pela Rain – principal empresa do mercado no paÃs. A cópia vinha legendada em inglês e os subtÃtulos em português foram adicionados digitalmente. Agora me acompanhe com atenção para conseguir entender: com cerca de dez minutos de filme, o público, achando tudo muito estranho, percebeu que as legendas em inglês estavam acompanhando a imagem; enquanto as em português acompanhavam o áudio, que estava pelo menos um minuto adiantado.
Esquizofrênico. Totalmente. Sério. Foi um custo para explicar à organização o que estava ocorrendo. Mais um custo para eles tentarem resolver. Cerca de meia hora de pára-e-começa de novo, com o mesmo problema. Mas não deu. O Igor havia dito que um problema similar aconteceu na cabine para a imprensa, mas foi resolvido na hora mesmo e a sessão aconteceu ‘normalmente’. Em um festival, com várias sessões em curso ao mesmo tempo, somadas à tensão do primeiro dia, o filme acabou não sendo exibido.
Verdade seja dita, a organização da mostra foi muito educada e fez o que podia ter feito nas circunstâncias. Depois da terceira ou quarta tentativa, cancelaram e prometeram que “Ato de violência†seria exibido normalmente na sessão de domingo à noite. O triste é que a gente ficou lá esperando porque o filme parecia realmente bom. Me chocou uma frase logo no inÃcio, em que o menino diz algo como “era um grupo de amigos como todos os outros. Depois de um tempo, todos aprendem a fingir bem o seu papelâ€. Não concordo. Muito macabro.
Então, resumo da ópera: se você quer ver “Ato†no domingo às 21h30, prepare-se. A sessão vai estar mais que concorrida, juntando o já grande público de fim-de-semana do Indie com aqueles que não assistiram à sessão de sexta-feira. Vai ser um mata-mata. Se minha saúde de 80 anos permitir, eu encontro vocês lá.