Busca

»»

Cadastro



»» enviar

Competitiva Brasileira 4: A Chuva nos Telhados Antigos
(de Rafael Conde, Minas Gerais, 2007)

Uma janela para: uma chuva que vem de dentro

por Rodrigo Campanella

» receite essa matéria para um amigo


Assistir “A Chuva...†numa sessão em Belo Horizonte só aumenta a sensação de que esse curta já passou pela vida da gente, provavelmente em alguma casa da família em Minas Gerais, ainda que nós não estivéssemos lá pra assistir. Algumas imagens, alguns tempos da vida no interior mineiro ficam no sangue de quem passou vida por lá.

No curta anterior, “Rua da Amarguraâ€, Rafael Conde também trabalhava em cima de um conto de Luiz Vilela para dar conta desse tempo de cidade pequena. “A Chuva...†retoma esses elementos em modo mais enxuto: apenas a sala de uma casa, um casal que um dia foi e não é mais, um convite de amor e cama velado mas explícito.

Não é seguro que a mineiridade do curta (as roupas, aquela sala, a pedra de toque do diálogo) vá resistir a uma vista longe das Minas, ou pela terceira vez . Mas como o próprio Conde comentava no debate com os diretores, a intenção aqui é exercitar o diálogo no cinema, o lugar certo da câmera, o melhor ângulo para a decupagem. “Como nós crescemos vendo muito filme legendado, muitas vezes nem se presta atenção nesse tipo de coisaâ€, afirmava.

Apesar da cadência difícil no som e no tempo de texto, “A Chuva...†arranca do diálogo para a tela todo um painel de entrelinhas. A atenção do espectador fica colada ali sem dificuldade. Se a mesma cola vai se estender para a memória, é uma outra questão.

« voltar para o início

» leia/escreva comentários (0)