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Competitivas 3

Uma imagem é uma imagem?

por Daniel Oliveira

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Sim, uma imagem é uma imagem, não um filme. Por mais óbvio que possa parecer, é o que não saía da minha cabeça ontem, durante as competitivas nacional e internacional 3 do festival.

O holandês “Harrachovâ€, de Joost van Veen e Matt Hulse, é uma seqüência de belas imagens em p&b. Orvalho em folhas, fontes de água cristalina, uma roda com vida própria que passeia por cenários bucólicos, rios em corredeira. Com o auxílio da edição de áudio, há uma idéia ali: a natureza respira, movimento é natureza, natureza é vida. Há uma idéia, não um filme.

Em Terras brasilis, ou melhor, no México, o mineiro Cao Guimarães filma em Super 8 imagens de tendas coloridas do que parece ser uma feira popular. “Sin Peso†tem cores bonitas, bem fotografadas e montadas. Só que se Cao queria retornar aos seus trabalhos em Artes Plásticas, a obra resulta no extremo oposto. “Sin Peso†parece mais um videoclipe da bem editada trilha d’O Grivo do que um curta interessante, como o anterior “Da janela do meu quartoâ€.


Tyger: bichinhos de cartoon e neon.

Por fim, veio “Tygerâ€, do paulista Guilherme Marcondes. O curta é um encontro de Power Rangers e Kafka em uma boate muito kitsch. E por mais estranho que isso soe, a animação mista (condizente com a variedade de referências) de Marcondes é o mais bem resolvido dentre os três trabalhos. O tigre (um boneco manipulado) invade uma cidade trazendo uma espécie de erva luminosa que se espalha e transforma todos os humanos que toca em animais cartunescos. Há exageros, faltou um tempo para desenvolver melhor a narrativa, mas a realização é decente e o recado é passado – mesmo que aos trancos e barrancos.

Uma imagem é uma imagem. Com 5% de neurônios e 95% de suor, ela pode virar um filme.

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