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Pequenas sutilezas cotidianas temperadas com uma dose de canela. Ou fragmentos da vida acompanhados de exagero crônico. |
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(A)noi(te)ce
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Enfia o dedo no nariz e procura por ela. Ou então no buraco do ouvido. Ainda não achou? Mão na goela, nada de saudade miúda. O mundo é grande e hoje domingo.
Não cabe romper tratados ou fazer promessas em dia frio, deixa para depois. Porque escolha nenhuma vem sem preço. Querer isso já é perder aquilo. Não dá tempo de experimentar tudo, o corpo sempre quer mais do coração. E a cabeça fica dizendo menos. Tampe a boca quando a vontade de tal palavra vier, só os inimigos merecem ouvi-la.
A ausência pode doer, mesmo sendo transparente. Sabe qual a diferença entre ela e a água? Ausência tem peso maior, embora as duas sejam 80% do homem. Um amigo achava que música instrumental não deveria ter nome. Acabou ficando mudo, caso contrário ainda desconheceria o silêncio. Agora ouve a noite chegar sem olhar para a janela. Dá as costas para o céu quando não se sente e espera.
-- Nara Mourão adora um sorriso largo, mas garante que o dela não passa de 32 dentes. narachamou@yahoo.com.br
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