Nossa avaliação
E não é que, depois de duas semanas repletas de novidades, a última quarta-feira acabou sendo decepcionante? Poucos títulos merecem menção, e aí vão eles:
- “Amazing Spider-Man #658” traz mais uma vez o aracnídeo ao lado do ex-Quarteto Fantástico, e outra vez consegue superar o próprio título do Quarteto. O segredo está nos detalhes: Peter Parker sofrendo para conciliar seu atual status quo com a participação na equipe, o Aranha sujando de chocolate seu novíssimo traje branco, e Sue Storm prendendo um mímico em uma caixa invisível de verdade são alguns dos momentos mais hilários. A trama envolvendo a atual namoradinha de Peter é onde a revista esfria, pois ela continua sendo o personagem menos explorado do elenco e o seu relacionamento com Pete ainda parece “forçado”.
- “The Flash #10” explica melhor quem é o tal Hot Pursuit, e o personagem parece legal até percebermos o quanto do seu design é “chupado” de “Tron”. Geoff Johns continua repetindo a fórmula que funcionou com Hal Jordan: Barry Allen ainda parece um babaca, mas a estória é empolgante – apesar dos clichês – e a arte de Francis Manapul é muito bela. É uma pena que seja uma daquelas revistas que se lê em dez minutos, ainda mais considerando todos os atrasos que o título tem sofrido. O primeiro problema, pelo menos, é condizente com um título estrelado pelo “homem mais rápido do mundo”.
- “Ultimate Comics Avengers versus New Ultimates #03” e “Ultimate Comics Spider-Man #157” são os dois títulos da semana que chamaram atenção não pela qualidade, mas pelo marketing. A dupla faz parte da saga “Morte do Homem-Aranha”, uma iniciativa deplorável por vários motivos. Primeiro porque, mesmo que eles cumpram o que o título promete, não dá para deixar de pensar que os leitores atraídos pelo golpe publicitário se sentirão traídos ao descobrir que esse não é o Aranha original, mas o de uma realidade paralela. Em segundo lugar, porque simplesmente não há história. Ao contrário de “A Morte do Superman”, que consistia quase que inteiramente em pancadaria, mas construía um crescendo dramático, a saga do jovem aracnídeo não tem pé nem cabeça. Sua única qualidade redentora é não ser, nem de longe, tão ruim quanto “Ultimatum”, o último crossover da linha Ultimate. Mas, também, nada pode ser tão ruim quanto aquilo.