Guardians of the Galaxy (2014) | |
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Direção: James Gunn Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Dave Bautista, Vin Diesel |
“Guardiões da Galáxia” é como aquelas canções pop grudentas dos anos 70 e 80: uma vez que se é “fisgado pelo sentimento” não dá mais para abandonar aquele universo. E anos 80 é mesmo o espírito desta produção recheada de tantas referências quanto efeitos visuais. O diretor James Gunn usa aestrutura típica das aventuras desta época – ação dividida em “fases”, personagens carismáticos, visual apelativo e frases de efeito – para subvertê-la com a quebra de expectativa dos clichês. Tudo funciona de um jeito que se torna impossível não desperta aquela criança interior.
Criada em 1969 nos quadrinhos Marvel, a equipe original de renegados espaciais que se tornam heróis nada tem a ver com essa vista no filme. Nas telas trata-se da segunda – e atual – formação, surgida nas revistas no ano de 2008. Honrando a mais conhecida das aventuras espaciais, “Guardiões da Galáxia” traz em sua relação Senhor das Estrelas – Gamora – Rocket – Groot (o trabalho mais fácil da vida do Vin Diesel) a mesma vista entre Luke – Leia – Han Solo – Chewbacca. Isso, claro, se Luke Skywalker fosse Tony Stark. Caso a Marvel esteja preocupada em perder a malandragem de Robert Downey Jr. com o fim de seu contrato, Chris Pratt oferece com seu Peter Quill/Senhor das Estrelas um personagem sarcástico à altura, disparando frases espirituosas para todos os lados. E se o guaxinim Rocket (voz de Bradley Cooper) já roubava as cenas nos cartazes e nos trailers, imagine o que ele não faz no filme inteiro…
E ainda há Drax, o Destruidor (Bautista), um personagem interessante pela união da força física com um jeito ingênuo e literal de compreender as coisas. É esta turma improvável que se colocará como salvação da galáxia em uma trama que envolve ataques entre planetas, o império Kree e o vilão Thanos, visto durante os créditos de “Os Vingadores”.
“Guardiões da Galáxia” é quase um recomeço para a Marvel. O estúdio faz seu filme mais diferente, não apenas por conter personagens desconhecidos, mas também por, com exceção do prólogo, não apresentar nada no planeta Terra. É todo um novo universo a se explorar, e a liberdade é muito bem aproveitada para criar um estilo extremamente fantasioso e engraçado. Apesar de ainda sofrer do “Efeito Vingadores-Disney“, o gosto de frescor no ar equilibra bem o descompromisso dramático com o uso inusitado de sucessos que só aumentam o sabor da experiência.
Apesar de um início atropelado – são muitos personagens, planetas, situações e ainda um mcguffin para apresentar – o filme se encontra a partir do momento em se torna uma “comédia de prisão”. É quando os personagens já apresentados de maneira rápida mas eficiente podem interagir com calma e nos “fisgar” para aquele grupo. A sensação é a de que todas aquelas ficções científicas toscas da Sessão Tarde da década de 80 receberam um upgrade com o cinismo dos dias de hoje e o melhor dos efeitos visuais. “Guardiões da Galáxia” não é apenas um dos filmes mais divertidos da Marvel. É um dos filmes mais divertidos desde a época em que o jovem Peter Quill foi abduzido para se tornar um inesperado e irresistível herói.
2 respostas para “Guardiões da Galáxia”
[…] 7º lugar – Guardiões das Galáxias – Dir.: James Gunn “(…) é como aquelas canções pop grudentas dos anos 70 e 80: uma vez que se é ‘fisgado pelo sentimento’ não dá mais para abandonar aquele universo. E anos 80 é mesmo o espírito desta produção recheada de tantas referências quanto efeitos visuais.(…) Tudo funciona de um jeito que se torna impossível não despertar aquela criança interior.” Renné França, editor […]
[…] caricato do grupo, Groot. Claro, isso não é novidade para quem acompanha os filmes, o primeiro Guardiões da Galáxia, de 2014, coloca em Groot a responsabilidade de salvar a equipe. Stalin e Davis trazem isso também […]