R.I.P.D. (2013) | |
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Direção: Robert Schwentke Elenco: Jeff Bridges, Ryan Reynolds, Kevin Bacon, Mary-Louise Parker |
Imagino a ideia de “R.I.P.D.” sendo vendida a algum produtor de Hollywood: “Primeiro, é baseado em uma história em quadrinhos! Mas tem mais: é como se fosse Homens de Preto, mas misturado com Caça-Fantasmas e Ghost! E aí a gente coloca um ator veterano ganhador do Oscar – igual ao Tommy Lee Jones – ao lado de um jovem em ascensão, como o Will Smith na época do MIB”.
Repetindo o jeitão de “Bravura Indômita”, Jeff Bridges até que não deixa muito a dever a Jones, o problema é que Ryan Reynolds está longe de ser Will Smith. E o talento de Bridges não é suficiente para segurar este mexidão requentado que não funciona nem como comédia, nem como ação e nem como fantasia.
Um policial (Reynolds) traído pelo parceiro (Bancon) morre e vai parar em uma espécie de FBI pós-vida, integrando o tal departamento do título e tendo como parceiro o cowboy vivido/morrido por Bridges. O trabalho é buscar na Terra os mortos-vivos que insistem em fugir do limbo em que se encontram após a morte. A trama ainda tenta enfiar um romance que nunca convence, e os efeitos especiais dos vilões são do nível “Jack – O Caçador de Gigantes”.
As piadinhas funcionam de vez em quando (a forma humana da dupla de policiais é engraçada no início, mas peca pela repetição) e as cenas de ação são um espetáculo vazio, com movimentos de câmera mirabolantes, mas pouca emoção. Mas apesar dos pesares, existem momentos de química entre Bridges e Reynolds e o conceito do filme, apesar de chupado das fontes já citadas, é interessante. “R.I.P.D. – Agentes do Além” poderia mesmo parecer uma excelente ideia jogada para um produtor, mas faltou um diretor melhor, um roteiro mais inventivo e um astro mais carismático. É o tipo de projeto que, com o perdão do trocadilho, já nasceu morto.