Hansel & Gretel: Witch Hunters (2013)
	Direção: Tommy Wirkola Elenco: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Famke Janssen, Pihla Viitala

Na atual moda de reimaginação dos contos de fadas, “João e Maria – Caçadores de Bruxas” é, até agora, o melhor exemplar. O que, convenhamos, não quer dizer muita coisa. Mas a história dos irmãos que são atraídos por uma casa feita de doces e aprisionados por uma bruxa que pretende devorá-los é aqui transformada em uma aventura de ação medieval que passa rápido e diverte.

A melhor decisão da produção é nunca se levar a sério: dos apetrechos impossivelmente tecnológicos para a época ao fato de João ter se tornado diabético devido ao excesso de doces na infância, tudo é levado com um humor meio cínico que combina bem com a desimportância dada aos contos de fadas nos dias de hoje. Os palavrões, a violência, o sexo e a nudez são outras surpresas bem vindas em uma produção deste tipo, assumindo seu público mais adulto e sacana.

Na história, João (Renner) e Maria (Arterton) sobreviveram à bruxa da casa de doces e transformaram em trabalho o extermínio destas criaturas. Assim, são chamados a uma vila que está assombrada com o desaparecimento de crianças. Começa a caçada que vai misturar muita ação exagerada com comédia e momentos verdadeiramente assustadores. Percebe-se uma influência da série de televisão “Game of Thrones” na estética mais “suja” do filme, entretanto Tommy Wirkola usa isso apenas como um pano de fundo para fazer uma direção estilosa, cheia de firulas, mas com o mérito de não abusar da câmera lenta tão em moda atualmente.

Funcionando como uma espécie de mistura entre “Os Irmãos Grimm”, “Resident Evil” e “Van Helsing”, “João e Maria” apresenta ótimo potencial para uma franquia e coadjuvantes carismáticos, como um troll chamado Edward que se revela muito mais dramaticamente expressivo do que o seu xará vampiro. É diversão para ser engolida junto com a pipoca e o refrigerante. E um pouco de doce, claro.