Enquanto cresce a expectativa para o lançamento da “Marvel Now”, a nova fase da editora de Homem-Aranha e Cia., ficamos com poucos lançamentos de peso no mundo dos quadrinhos. Assim, aproveitamos pra falar das duas últimas semanas de uma só vez.
No dia 1º de agosto, o destaque foi para “Avengers Versus X-Men #9”. O crossover que prepara terreno para a reformulação das revistas Marvel chega na reta final, e já começa a amarrar algumas pontas soltas, graças à ajuda do Homem-Aranha. É o cabeça de teia quem brilha na edição. Ele não só está na capa, como tem também a melhor fala: “Como assim, vocês perderam o Thor? Sabem que a gente só tinha um desses, né?”
O título não vai agradar a todos. Certamente haverá os que reclamarão da falta de coerência entre os níveis de poder dos personagens, que sempre são tão fortes ou tão resistentes quanto for conveniente para a trama. Outros não vão gostar do abuso de alguns aspectos da mitologia do Punho de Ferro. E muitos vão chiar quando virem a cena em que dois personagens proeminentes do Universo Marvel terminam, sem cerimônia (com o perdão do trocadilho), seu casamento.
Mas, pelo menos, o clímax da edição empolga, com o aracnídeo enfrentando sozinho dois hospedeiros da força Fênix. É um daqueles momentos que quase compensa as falhas da saga: os personagens mal escritos, os erros de continuidade e a trama previsível.
E aproveitando que estamos discutindo o crossover Marvel, falemos também do destaque desta semana: “New Avengers #29”. O título é um “tie-in” da saga que contribui para tampar alguns dos furos da sua trama, lidando com questões de continuidade que, por falta de espaço, não tinham como aparecer na minissérie. Aqui o foco é sobre o relacionamento entre o Capitão América e Namor, este ainda dominado pela força Fênix. O passado comum dos dois heróis, que lutaram juntos na 2ª Guerra Mundial, não chega a ser mencionado em “Avengers Versus X-Men”, mas é usado aqui como uma desculpa para reunir novamente os membros dos “Illuminati”, a cabala secreta do universo Marvel que inclui ainda o Homem de Ferro, o Professor X, o Dr. Estranho e o Sr. Fantástico.
Além de lidar com algumas dúvidas que os fãs mais meticulosos poderiam perguntar a respeito do crossover (De que lado está o Quarteto Fantástico? Por que os Vingadores não usam as Gemas do Infinito?), a reunião acaba servindo como uma sessão de descarrego para o Professor Xavier, que extravasa toda a sua frustração a respeito do conflito, o que nos dá uma visão mais aprofundada e emocional que a participação superficial do ex-líder mutante na saga. Há, no entanto, que se ter paciência com as limitações do desenhista brasileiro Mike Deodato, cujo estilo é mais apropriado para estórias dinâmicas que não envolvem seis caras sentados ao redor de uma mesa por quase 22 páginas.