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Assim como “A Era do Gelo”, “Madagascar” é uma animação que tem cada vez mais dificuldade em justificar seu título. A necessidade de fazer a história andar para caminhos diferentes passa por uma mudança geográfica que se por um lado traz uma dinâmica nova, por outro se afasta da premissa original.
Em “Madagascar 3 – Os Procurados”, o grupo formado pelo leão Alex, a zebra Marty, a girafa Melman e a rinoceronte Gloria embarcam em uma viagem para Monte Carlo atrás dos pinguins que podem levá-los de volta à América. A forma como eles vão da África para a Europa é resolvida com um corte que já apresenta o grupo saindo do mar.
A partir daí tem início uma trama que os coloca em um circo na Itália em direção à Inglaterra para serem vistos por um produtor americano que pode levá-los para Nova York. O fato da história não fazer sentido pode até incomodar um pouco, mas ao assumir os furos do roteiro para se estruturar em uma narrativa nonsense que lembra os Irmãos Marx, “Madagascar 3” ganha pontos como uma comédia que não vai agradar apenas às crianças.
O problema maior do filme é aquele que paira desde o primeiro exemplar da série: os personagens principais são os menos interessantes em cena. Cientes disso, os diretores acertam ao buscar o tempo inteiro chamar a nossa atenção para os divertidos coadjuvantes, que são responsáveis pelas melhores cenas do filme, além de apresentar toda uma nova gama de personagens.
“Madagascar 3” diverte e tem um ritmo frenético que se impõe através de situações das mais absurdas, tendo o mérito de aproveitar a animação para mostrar cenas impossíveis na tela, especialmente o belo número do circo ao som de “Firework” (destaque ainda para o detalhe das novas torres do WTC já fazerem parte da Nova York do filme). Apesar de um clímax de ação meio desnecessário, trata-se de uma das melhores comédias do ano. E isso não é pouco.