Planeta dos Macacos – O Confronto


Nossa avaliação
Dawn of the Planet of the Apes (2014)
Dawn of the Planet of the Apes poster Direção: Matt Reeves
Elenco: Andy Serkis, Jason Clarke, Gary Oldman, Keri Russell


Quase um filme mudo no início, e sem a presença de humanos durante parte da narrativa, “Planeta dos Macacos – O Confronto” tem uma proposta arriscada de colocar os símios como os personagens principais do seu épico. E a decisão é mais do que acertada.

Estabelecendo de vez Cesar como um dos grandes personagens do Cinema, a continuação do filme de 2011 aprofunda em alguns dilemas éticos do longa anterior ao mesmo tempo em que atualiza a discussão social e política do clássico de 1968, ao qual serve como prequel. Desta vez já encontramos Cesar (Serkins mais uma vez espetacular) liderando uma sociedade organizada, onde os humanos parecem pertencentes apenas ao passado, dizimados pelo vírus do final de “Planeta dos Macacos – A Origem”. É quando um grupo de pessoas lideradas por Malcom (Clarke) faz contato com os macacos, na tentativa de ligar uma usina e reestabelecer a energia de uma comunidade de sobreviventes.

Em um cenário pós-apocalíptico que por vezes lembra “Eu Sou a Lenda”, “O Confronto” faz também referências à saga dos Macacos nos anos 70, apesar de tomar um caminho próprio em direção ao futuro visitado por Charlton Heston. O diretor Matt Reeves consegue equilibrar muito bem as fantásticas cenas de ação – que vão desde a caçada que abre o filme até um sensacional plano sequência com Clarke, passando por um macaco em um tanque de guerra – com um discussão política entre Cesar e Koba que espelha outra entre Malcolm e o belicista Dreyfus (Oldman).

Desta forma, a série, tão rica em metáforas de sua época, discute agora o individualismo extremo, que resulta em guerras “falsas” (Iraque, alguém?) criadas por caprichos pessoais de líderes que não se preocupam com o coletivo, mas com suas próprias crenças e preconceitos. O medo e a intolerância estão mais uma vez no cerne da história, e já são plantados indícios de que uma sociedade governada por símios não será assim tão diferente daquela governada por humanos.

Há um exagero maniqueísta no roteiro (principalmente com o personagem de Kirk Acevedo, arquetípico comum em filmes assim) e a trilha de Giacchino às vezes exagera na grandiosidade. Mas é uma obra poderosa que não apenas faz justiça ao original e também ao seu antecessor direto como amplia seus temas com direito ao melhor que os efeitos visuais têm a oferecer. “Planeta dos Macacos: O Confronto” já é uma das melhores aventuras do ano. Que venha o próximo.


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