Se Beber, Não Case! Parte III


Nossa avaliação
The Hangover Part III (2013)
The Hangover Part III poster Direção: Todd Phillips
Elenco: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha


Recuperando-se da péssima ideia de fazer do segundo filme um remake do primeiro, “Se Beber, Não Case! Parte 3” aposta mais uma vez na auto-referência, mas desta vez não para copiar o que já deu certo, mas sim para dar um passo além na mitologia. “Mitologia”? Pois é, pela profundidade das histórias narradas nos episódios anteriores (sim, eles levam em conta a parte 2) já dá pra saber que o filme não é lá grandes coisas. Mas consegue divertir principalmente graças ao carisma de seus personagens.

Assumindo um tom mais sombrio desde o prólogo em uma prisão, este road movie-cômico-aventuresco não tem medo de fazer graça com o mórbido e a violência, envolva ela uma girafa ou um gangster. As risadas não saem fácil, provocam primeiro um choque, um susto, e se você conseguir relaxar, pode esboçar um sorriso ou até uma gargalhada. Há brincadeiras que vão de “Perdidos na Noite” a “Um Sonho de Liberdade”, mas a grande ideia aqui é pela primeira vez mostrar a ação se desenvolvendo in loco, como se finalmente víssemos aquilo que os outros filmes esconderam ao lidar apenas com as consequências. O foco mais do que nunca é nos personagens, que ao contrário de “Se Beber Não Case 2”, agora amadurecem e aprendem com os erros anteriores.

Para isso, o roteiro se concentra em dois coadjuvantes que roubaram a cena no primeiro filme e os colocam no centro da narrativa: Alan e Chow. A loucura da dupla é o que faz a história andar, levando de Tijuana a Las Vegas em uma busca desesperada da qual depende, mais uma vez, a vida de Doug.  O “bando de lobos” (não seria alcateia?) precisa encontrar Chow para entregá-lo a Marshall (apresentado em um flashback ridículo apenas para parecer que se trata de uma trilogia pensada desde o início), um mafioso rival.

Se por um lado traz mais tensão do que humor, “Se Beber, Não Case 3” tem pelo menos uma grande sequência envolvendo um quarto de hotel escuro, mulheres seminuas e Black Sabbath. É um dos poucos momentos inspirados de Todd Phillips que mostra o que sua saga sobre a ressaca poderia ter sido. A opção pelo lado sombrio e crescimento dos personagens é interessante, mas basta chegar à cena durante os créditos para nos lembrarmos de que nada deve ser levado muito a sério ali. Nem mesmo o amadurecimento de Phil, Stu e Alan. Foi bom enquanto durou.


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