Esta não foi uma boa semana pra quem gosta de experimentar coisas novas em matéria de quadrinhos americanos, já que a “novidade” de maior destaque deixou muito a desejar. Por outro lado, o que já era bom ficou ainda melhor, então vamos lá!
“Sex #1” prometia ser um ótimo acréscimo ao rol de títulos autorais da Image Comics, em parte pela expectativa gerada por sucessos anteriores (como “Chew” e “Saga”), mas também pelo tema polêmico. Mas o título, que se propunha a tratar dos desvios sexuais enfrentados pelos super-heróis, acaba ficando só na conversa, com exceção de uma cena de sexo absolutamente gratuita e sem nenhuma relação com a trama. O protagonista parece ser uma versão de Tony Stark que abandonou a armadura a pedido de um ente querido moribundo, mas não sabe ainda o que fazer com a vida de “civil”. O grande problema do título é o excesso de exposição: ao invés de mostrar, a revista coloca os personagens para recontar, e ainda assim deixa muita coisa em aberto. Saímos da primeira edição sem saber sobre o que é a revista.
Já no campo das boas leituras garantidas, temos dois destaques. O primeiro é “Superior Spider-Man #5”, onde o “novo” aranha dá uma lição digna do Batman de como abordar um psicopata assassino, mas chega a uma conclusão que o homem-morcego não aprovaria. É curioso o modo como os diálogos reconhecem que esse status quo é temporário e que muito em breve o velho Aranha provavelmente estará de volta, só que com sua reputação bem transformada (para o bem ou para o mal).
E “All-New X-Men #8” mostrou que o roteirista Brian Bendis continua a mandar bem em seu primeiro trabalho com os mutantes da Marvel. Há uma escolha curiosa e acertada do roteirista que coloca o Homem de Gelo e a Lince Negra para “dublar” uma discussão entre o Fera e o Capitão América, com um resultado hilário que disfarça a própria dificuldade do autor em escrever personagens mais sérios. Um dos pontos fortes da edição é a conclusão, que mostra como os cinco X-men originais foram afetados pela viagem para o “presente”.