Pensei em começar este texto listando as boas bandas instrumentais que felizmente existem no Brasil. Mas escolhi dar partida nesse papo de outro jeito. Me diz uma coisa: qual grupo nacional tem músicos que trocam de instrumentos no palco durante o show? Qual banda brasileira tem um guitarrista que toca bateria, gaita e trompete no mesmo show? Conhece algum grupo onde o flautista é também baixista e saxofonista? E fazer tudo isso com muita sofisticação, profissionalismo e sem vocal? Se você não se lembra de nenhuma, está na hora de conhecer o som e conferir uma apresentação da banda mineira Dibigode.
Os rapazes do Dibigode lançaram o primeiro clipe “Mongra do Criolo Doido” no dia 1º de abril, com direito a pegadinha no começo do espetáculo e participação especial de Décio Ramos (Uakti). Sim, foi um grande espetáculo. Durante quase duas horas, a banda tocou faixas conhecidas, apresentou o primogênito clipe e voltou com música nova para o bis.
Dibigode_Mongra do Criolo Doido from Vicente França on Vimeo.
O clipe “Mongra do Criolo Doido” mostrou um casamento bem sucedido entre fotografia e sonoridade. Aliás, bom gosto é característica do conjunto. Desde o material de divulgação da banda, uma publicação com fino trabalho gráfico e poesia, passando pelas roupas dos músicos até a decoração crua e florida do palco. Belas harmonias, bons músicos e aquele porte de banda experiente, mesmo sendo tão jovens. Foi a primeira vez que eu vi uma banda “conversar” tanto no palco sem dizer uma palavra (exceto alguns gritinhos charmosos).
Repito: como é profissional o “jovem som maduro” do Dibigode. Por quase duas horas esqueci que era domingo. Um salve à Júlia Braga e ao Dibigode Instrumental pela boa música. Aproveite o post e viaje no som!