Para muitos, dia 29 de fevereiro é uma ocasião que só ocorre a cada quatro anos, mas no mundo dos quadrinhos é só mais uma quinta quarta-feira do mês, o que significa escassez em matéria de novos lançamentos.
Mas mesmo em uma semana rala ainda temos alguns destaques, e talvez o maior deles seja “Justice League #6”. É, o carro-chefe do novo universo DC continua a quase-atrasar, por conta do ritmo do desenhista Jim Lee que, embora seja adorado pelos fãs, não dá conta de manter um cronograma mensal. Desta vez bateu na trave – digamos que, se não fosse ano bissexto, não teríamos Liga da Justiça em fevereiro –, e já podemos esperar artistas “convidados” para as próximas edições.
Mas e quanto à revista em si? Bem, no que diz respeito ao visual, o título continua espetacular – num sentido meio “Michal Bayeano”, é claro, com muitas cores, luzes e explosões. É claro que qualquer edição escrita por Geoff Johns tem mais trama que um filme do diretor de Transformers, mas aqui isso não quer dizer muita coisa. Os heróis se unem e cooperam (leia-se “batem no vilão ao mesmo tempo”), derrotam a ameaça alienígena e são aclamados pelo público. Fim.
Mas pelo menos tem uma história bônus no final protagonizada pela “Pandora”, a mulher misteriosa que apareceu em todos os 52 números 1 do relançamento. Aparentemente, ela tem alguma relação com o Vingador Fantasma e aparenta ser a própria Pandora da mitologia (aquela que abriu a caixa).
O outro destaque seria “The Twelve #10”, que começa a amarrar as pontas da série em 12 partes. O assassino é revelado, e embora sua identidade seja previsível, suas motivações são um pouco mais bizarras do que o esperado…
A cena em que um dos personagens reúne os doze heróis numa mesma sala para revelar o mistério segue o modelo clássico, apesar de resultar no desnudamento forçado do culpado. E continuam os paralelos com Watchmen, afinal, qual outra série em quadrinhos em 12 partes contou com cenas de nudez masculina frontal? O que só prova que, se a série clássica de Alan Moore e Dave Gibbons fosse lançada hoje, o bilau azul do Dr. Manhattan teria virado um meme de internet.