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Espécie de “Sr. e Sra. Smith” em que o casal principal é substituído por um triângulo amoroso (não por acaso os dois filmes foram escritos pelo mesmo Simon Kinberg), “Guerra é Guerra” é uma comédia romântica de ação que não tem graça, não tem romance e não tem ação. Nem o diretor McG continua estiloso, apresentando um trabalho visual contido e sem graça.
A premissa de dois super agentes secretos melhores amigos (Pine e Hardy) que se apaixonam pela mesma mulher (Witherspoon) e passam a usar suas habilidades para conquistá-la é mais do que batida, mas até que poderia render uma história divertida. O problema é que se trata de mais um “filme conceito”, daqueles que parecem saídos diretamente de uma reunião de produtores: “Vamos pegar uma atriz oscarizada e popular entre as mulheres e colocá-la ao lado de dois jovens promissores atores do momento – e prováveis futuros astros. E para a direção? Alguém conhecido, mas barato. Algum diretor de ação de sucesso que fracassou recentemente”. Pronto, aí está “Guerra é Guerra”.
As cenas de ação funcionam melhor do que as piadas ruins formadas a partir da situação machista da mulher obrigada a escolher entre dois homens para conseguir finalmente ter equilíbrio na vida e ao mesmo tempo impressionar o ex-namorado. Mas a aventura aqui fica em segundo plano e McG opta por se concentrar em uma disputa insossa entre estes amigos que nunca se justifica por completo, a não ser por um provável e idiota orgulho masculino.
Chris Pine e Tom Hardy têm carisma e conseguem carregar a produção, sendo responsáveis pelos (poucos) bons momentos da história. Estão tão bem que atrapalham a química com a protagonista: Reese Witherspoon está tão insossa que em nenhum momento torcemos para que algum dos dois fique com ela. Apesar do filme conseguir manter até o final o suspense sobre qual dos dois ela escolherá, essa decisão pouco importa para o público, que apenas torce que a situação se resolva para que “Guerra é Guerra” acabe logo.
Seguindo burocraticamente a fórmula da comédia de ação com (b)romance (com direito aos coadjuvantes dispensáveis em que se destaca a irritante irmã da protagonista), o filme pode até funcionar em futuras “Tela Quente” da vida, quando se está em casa trocando de canal sem nada para fazer. Mas não vale o preço do ingresso. E nem mesmo o seu tempo.