[xrr rating=1.5/5]
“Viagem 2: A Ilha Misteriosa” é mais parque de diversão do que cinema. Continuação de “Viagem ao Centro da Terra”, o filme mantém as referências a Julio Verne assim como o rebelde sem causa Sean (Hutcherson), dessa vez acompanhado pelo padrasto vivido por Dwayne “The Rock” Johnson.
Sean viaja para a ilha do título, imaginando que não apenas Verne, mas também Robert Louis Stevenson (“A Ilha do Tesouro”) e Jonathan Swift (“As Viagens de Gulliver”) se inspiraram em relatos reais para contar suas histórias de fantasia. Com tantas referências às obras de três autores distintos, o roteiro pula de uma situação de aventura para outra como se fossem brinquedos em um parque de diversão, adquirindo um caráter episódico que enfraquece o fiapo de história que tenta ser contada.
A verdade é que nada faz sentido no filme, nem a motivação dos personagens, e nem suas personalidades (a ilha vai afundar e Sean entra em discussão com o padrasto porque quer ficar mais ali e eles precisam “arrumar tempo”? Como assim?). Tudo vai acontecendo em uma montanha russa que consegue apresentar alguns momentos mais engraçados ao lado de outros unicamente constrangedores.
Nem mesmo o 3D se salva dessa vez: entre coisas saltando para fora da tela e o uso da perspectiva em profundidade, as criações digitais em nenhum momento convencem, impedindo que entremos na fantasia. O resultado é que não tememos pelo destino dos personagens, que acabam se tornando simplesmente chatos, sem apresentar nenhum tipo de atrativo.
Tentando apostar em um subtexto sobre paternidade e responsabilidade, “Viagem 2: A Ilha Misteriosa” falha, enfim, naquilo que parece ser o tema de todo o filme: crer na fantasia. E quando você acha que nada pode piorar, tem ainda The Rock cantando (ou melhor, assassinando) “What a Wonderful World”.