HQs da semana: 28 de setembro


Nossa avaliação

É a última semana do mês lançamento do novo universo DC, e completamos hoje a crítica dos 52 novos títulos. Vamos lá!
Green Lantern – New Guardians #1” reconta a origem de Kyle Rayner, mas como um flashback que mostra que aparentemente não houve nenhuma mudança importante na continuidade do personagem. O roteirista Tony Bedard está explorando a idéia de que Kyle é o mais emotivo dos Lanternas Verdes, e o resultado disso é que, misteriosamente, ele é procurado por um anel de cada cor do espectro. Confesso que Kyle é o meu Lanterna favorito, mas mesmo assim tenho que admitir que esse é o mais fraco dos títulos dos guerreiros esmeraldas (com a exceção de “Red Lanterns”, se incluirmos no grupo). A qualidade da arte e do roteiro é de mediana para boa, e a nota é 3 em 5.
The Flash #1” marca a estréia do desenhista Francis Manapul também nos roteiros. A arte de Manapul é uma das melhores da DC hoje, mas a edição mostra que ele ainda é um escritor amador, com alguns erros de ritmo e muita coisa mal explicada. As cenas de ação, em que Barry Allen enfrenta um grupo de terroristas aparentemente formado por clones de um antigo amigo seu, no entanto, são ótimas. Mas o novo uniforme me lembrou um pouco o traje remendado da Mulher-Gato de Batman – O Retorno… Nota 3,5 em 5.
 “Aquaman #1” tenta mostrar a um mundo que não leva o rei da Atlântida muito a sério que ele é na verdade um cara bem casca-grossa. A arte do brasileiro Ivan Reis é impecável, e Geoff Johns faz um ótimo trabalho nos roteiros, mas ainda é cedo pra dizer se ele vai ter o mesmo sucesso aqui do que teve com a “revitalização” de Hal Jordan. Alguns leitores provavelmente vão chiar que Johns está “trapaceando” ao mostrar um Aquaman super-forte e à prova de balas, mas quem lia a revista na época de Peter David sabe que isso não é novidade. Nota 5 em 5.
Voodoo #1” está recebendo muitas das mesmas críticas direcionadas a “Catwoman” e “Red Hood and the Outlaws”. A edição pode até parecer um pouco machista, mas pelo menos as cenas de sexualidade gratuita têm alguma razão de ser, uma vez que a protagonista trabalha em um show de strip tease. E a arte de Sami Basri é beeem sexy, se querem saber. O maior problema, a meu ver, é que a ex-integrante dos WildC.A.T.S. acaba reduzida a repetir o papel de Natasha Henstridge em A Experiência. Nota 3,5 em 5.
Superman #1” decepciona. O título faz um bom trabalho em mostrar o novo status quo do homem de aço, mas faz do personagem um cara meio antipático: o novo Clark parece ser um reclamão mau-humorado com um penteado meio emo. Talvez um desenhista melhor que Jesus Merino teria tornado mais fácil simpatizar com a situação de Clark, que não gosta muito das mudanças ocorrendo no Planeta Diário. Mas Merino, apesar de se esforçar nos detalhes dos cenários, é fraco nas expressões e feições faciais: seu Perry White parece mais o Sargento Rock! George Pérez é burocrático no roteiro, mas pelo menos não economiza. “Superman #1” parece ter seis vezes mais conteúdo do que outras edições de estilo mais descomprimido, como “Supergirl”. Nota 3 em 5.
Teen Titans #1” parece saído do antigo selo “Heróis Renascem”, da Marvel. A culpa é em grande parte do desenhista Breth Booth, uma cópia barata do estilo de Jim Lee. Mas também é fruto da opção por “resetar” completamente a história dos Titãs, apagando as aventuras do grupo desde os tempos da “Justiça Jovem”. Scott Lobdell pode até agradar os fãs de Tim Drake, escrevendo o ex-Robin como um herói responsável e capaz; mas as novas versões do Kid Flash e da Wonder Girl soam como genuínos adolescentes, ou seja, irritantes demais para suportarmos por muito tempo. Nota 1,5 em 5.
Os roteiristas fizeram muito auê antes do lançamento de “The Fury of Firestorm #1”, dizendo que o título seria revolucionário e um dos mais importantes do DCnU. Mas na prática, não é nada disso. É só um “reboot” completo da história do Nuclear, agora formado pela fusão do mauricinho Ronnie Raymond e o nerd negro Jason Rusch – ou não, uma vez que o funcionamento exato da transformação do herói (ou heróis) não fica muito claro na edição. A grande fraqueza do título, no entanto, é a tentativa mal ajambrada de estabelecer um conflito entre os dois protagonistas antes que eles ganhem seus super-poderes e sejam obrigados a trabalhar juntos. Os diálogos são de doer os olhos. Nota 1,5 em 5.
Blackhawks #1” é uma história genérica de um esquadrão paramilitar de elite, como “G.I. Joe” ou “Howling Commandos”. Nada que já não tenha sido feito muito melhor em “Checkmate”. Até o seriado de bonecos dos Thunderbirds era mais interessante. Nota 1 em 5.
Justice League Dark #1” é uma grande bagunça. É meio como o título, que não faz muito sentido (não seria mais gramaticalmente correto chamar de Dark Justice League?). Os personagens são mal apresentados para os novos leitores e sequer chega-se a estabelecer porque eles estão na estória. Superman aparece de novo mal desenhado e mal-humorado. Nem a presença de John Constantine salva. Nota 1,5 em 5.
The Savage Hawkman #1” é até melhor que o esperado. Não se trata de um “reboot” completo da história de Carter Hall (ele já é o Gavião Negro no início da edição), mas não fica muito claro o que muda ou não na nova continuidade. Tony Daniel, que normalmente é um desenhista medíocre e um roteirista pior ainda, assume os roteiros e até faz um trabalho melhor que o seu normal, muito embora ele não consiga nos explicar o porque da depressão do personagem-título, e o seu “novo rumo” para o Gavião faz dele um herói parecido demais com o Besouro Azul. Nota 2,5 em 5.
I, Vampire #1” é a tentativa da DC de entrar na onda dos vampiros, e embora caia em alguns clichês do gênero (como o protagonista de alma torturada), pelo menos consegue ser melhor do que a literatura contemporânea sobre o tema. É a história de Andrew, um homem transformado em vampiro há séculos, e que quis compartilhar a imortalidade com sua amada Mary. Só que a garota ficou “do mal” depois de vampirizada, enquanto Andrew manteve sua consciência intacta. E agora ela quer reunir um exército de mortos-vivos para dominar o mundo, o que atrapalha um pouco o romance. A arte é reminiscente do estilo de Jae Lee, e provavelmente não irá agradar a todos. Mas os diálogos são bons e a trama engajante, especialmente por causa de opção do roteirista Joshua Hale Fialkov por respeitar as “regras” clássicas do vampirismo. Nota 4 em 5.
Batman – The Dark Knight #1” é pra quem gosta do desenhista David Finch. Isso porque a estória, além de fraca, dá uma sensação forte de déjà vu, já que boa parte dos elementos da trama apareceram em “Batman #1”. Bruce Wayne fazendo discurso? Já vimos. Fuga em massa do Asilo Arkham? Já vimos. Uma vilã vestida de coelhinha? Tá, isso não vimos, mas não conta a favor de Finch. E a “surpresa” no final é simplesmente idiota. Nota 1,5 em 5.
All-Star Western #1” é a grande surpresa da semana. A DC vem tentando chamar a atenção para seus títulos de outros gêneros que não o de super-heróis fazendo ligações com o universo dos encapuzados. Aqui temos o caubói Jonah Hex investigando um assassinato na antiga Gotham City (e até desempenhando um papel parecido com o do homem-morcego), com a companhia de um certo Amadeus Arkham (o fundador do famoso asilo). A presença de Arkham é uma ótima estratégia para apresentar Hex aos novos leitores, e a trama de Justin Gray pode até parecer meio batida – um assassino serial matando prostitutas não é novidade –, mas acaba sendo bem divertida de se ler, evocando mais as investigações de Sherlock Holmes do que as tradicionais histórias de faroeste. Nota 5 em 5.
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