A semana que passou marcou os estertores finais do velho Universo DC, que será relançado nesta quarta, dia 31, com o episódio final da saga Flashpoint. Ainda assim, o único título digno de nota foi “Batman Incorporated #8”, que mostra uma aventura virtual do morcego ao lado da ex-Batgirl Barbara Gordon. HQs ilustradas digitalmente não são novidade, mas sempre que alguém resolve fazer esse tipo de experimento os resultados são estranhos. A arte de Scott Clark, que mistura desenhos tradicionais com gráficos computadorizados, fica acima da média, mas não é exceção: em geral, a ação da edição é confusa devido ao excesso de detalhes coloridos que são adicionados a cada quadrinho. A trama é puro Grant Morrison, mas nada que já não vimos antes e melhor em outros títulos do autor. Curiosamente, “Batman Inc. #8” não é o capítulo final da revista, que retornará em 2012, uma vez que a franquia do morcego permanecerá praticamente inalterada pelo reboot.
Do lado Marvel, “FF #8” marca o retorno do título escrito por Jonathan Hickman à velha forma, depois de duas edições de um intervalo sem graça narrando a história dos Inumanos e revelando o que havia acontecido a Raio Negro. Agora retorna o desenhista Steve Epting e a revista retoma o foco nos conflitos interpessoais envolvendo a família Richards, e a guerra entre as civilizações secretas do planeta e as versões alternativas de Reed. Destaque, como sempre, para a interação entre Valeria e Franklin Richards, que adicionam um quê de rebeldia e imprevisibilidade à comportada família fantástica.
E um Reed Richards maligno é também o vilão em “Ultimate Comics – Ultimates #1”, o quinto volume do título “Millenium” (como conhecemos por aqui a linha Ultimate), por sinal, também escrito por Hickman. O protagonista é um Samuel L. Jackson Nick Fury cansado e deprimido, fazendo malabarismos com os recursos limitados da S.H.I.E.L.D. pós-cortes-no-orçamento, diante de uma série de novas ameaças que muito provavelmente estão conectadas entre si. O resultado é um título levemente burocrático, que não faz jus a ousadia dos primeiros volumes escritos por Mark Millar, mas também não comete nenhum atentado contra o leitor como a fase do roteirista Jeph Loeb.