Boa semana no mundo dos quadrinhos, mesmo sem uma grande contribuição das duas grandes sagas. Nada de Flash, Thor ou Capitão América desta vez: quem dominou as comic shops americanas foram o Aranha, os X-Men e o Lanterna Verde.
Os roteiristas do aracnídeo não pouparam no melodrama. “Ultimate Fallout #1” dá continuação à saga da “morte” do Homem-Aranha e fez de tudo pra extrair lágrimas do leitor (só faltou pisar no pé). O título lida com a reação dos coadjuvantes aos acontecimentos recentes e faz muito bem o trabalho de mostrar como um moleque de 16 anos era infinitamente mais responsável que os heróis “adultos” daquele universo. Se a edição tem um defeito, é o fato de que terminamos de ler em menos de três minutos. Sério, assim, não serve nem pra ler no banheiro.
“Schism #1” é a aguardada saga que promete dividir os X-Men do mesmo modo como a Guerra Civil dividiu o universo Marvel. Só que, em vez de Capitão América e Homem de Ferro, a disputa vai ser entre Ciclope e Wolverine. A edição é ótima, mostrando muito bem a dinâmica estabelecida entre os dois personagens nos últimos anos; tão divertida que só nos faz pensar “por que iriam querer estragar isso?”. Pergunta que ainda não se deram ao trabalho de responder, já que até agora não temos ideia de qual seria a “questão filosófica” que dividiria os mutantes. Ao que tudo indica, no entanto, vai ser o Ciclope a ficar do lado mais radical, enquanto que o mutante canadense – o cara que tem uma contagem de corpos na quinta casa decimal – vai assumir a posição mais moderada, o que configura ou hipocrisia, ou simplesmente uma atitude nada compatível com o personagem.
“Green Lantern #67” é outra edição que parece curta demais, mas por um bom motivo: Geoff Johns abandonou as longas narrações “em off” e coloca o leitor direto no meio da ação, abrindo a revista com duas páginas de pura ação sem diálogos. A edição é importante por vários motivos: é a última do volume 4 do título, que vai ser relançado de novo a partir do número 1 em setembro; é a conclusão da divertida saga “War of the Green Lanterns”; e marca uma importante mudança temporária no status quo de alguns dos personagens principais.
“Green Lantern” é o equivalente em quadrinhos de um blockbuster de ação: importa menos os personagens e a história que as frases de efeito e os pretextos para grandes explosões. E Hal Jordan faz as duas coisas muito bem. Se lhe falta profundidade e personalidade, pelo menos a partir do relançamento o roteirista terá uma boa oportunidade para explorar o lado mais humano do personagem, já que… Bem, vamos abrir um alerta de SPOILER antes de continuar.
[spoiler] Ainda por aqui? Bem, com a destruição de Mogo em uma das edições anteriores, os anéis perdem a orientação moral que lhes permitia escolher novos Lanternas. Por isso, é um mistério quando, no meio da batalha, um anel perdido escolhe Sinestro para ser novamente um Lanterna Verde. Sinestro e Hal confrontam Krona e Hal mata o vilão usando força de vontade suficiente para superar os bloqueios que impedem que o anel seja usado contra um dos guardiões da galáxia. Estes, por sua vez, ficam com medo do herói e decidem “puni-lo” por ter matado um guardião (ainda que fosse maligno), tomando o seu anel e banindo o cara de volta para a Terra, deixando, aparentemente, Sinestro como o novo Lanterna Verde do nosso setor. Os “imortais” guardiões andam precisando consultar um especialista em Alzheimer…
[/spoiler]
Uma resposta para “HQs da semana: 13 de junho”
gulp gulp gulp…
(Tomei o soro da inteligência – não sou mais burro)
a seguir, spoilers
Seguinte, sobre Schism, a ideia do Ciclope radicalizar é bacana, já que o contrário seria óbvio demais e estragaria qq expectativa. Já a reação ao “ataque terrorista” foi completamente inverossímil. Os líderes teriam de lidar com imprensa, oposição, estariam ocupados demais num primeiro momento pra lançar uma ofensiva daquelas e num segundo momento tentariam atacar a credibilidade dos mutantes e do atacante, não lançar sentinelas (basta lembrar do Assange e do Wikileaks).Detalhe é que o presidente americano faltou, i.e., todos os líderes mundiais têm seus podres, exceto Sua Santidade do Salão Oval.
Outra coisa que dá preguiça é elegerem o Ahmadinejad como Saddam Hussein da vez (isso tb acontece no fim do Supremos vs Supremos). “Os poderosos dementes só são dementes quando são inimigos de nossos interesses”. Netanyahu e a Casa de Saud agradecem.