HQs: Action Comics, Avengers e Teen Titans


Diálogo mortal

Hoje em dia, morte nos quadrinhos se tornou uma coisa banal: qualquer leitor sabe que é só um golpe publicitário, e que o herói vai voltar à vida dentro de alguns meses. Mas em “Action Comics #894” temos uma morte rara e ilustre. Trata-se da Morte dos Perpétuos em pessoa! A personagem da série “Sandman” (criada por Neil Gaiman) vem visitar Lex Luthor, baleado na edição anterior pelo Gorila Grodd.

É a sua primeira aparição em anos, e um caso raríssimo: um personagem de “Sandman” sendo usado fora da Vertigo, o selo de quadrinhos adultos da DC. Dizem até que o escritor Paul Cornell obteve a autorização de Gaiman e conseguiu que o criador da personagem contribuísse escrevendo seus diálogos.

O resultado é uma conversa bem interessante entre Luthor e a Morte… Mas é o vilão careca quem brilha na edição, tentando argumentar de maneira racional com uma das forças elementares do universo.

Nonsense super-heróico

Chega ao fim o primeiro arco de histórias do título principal dos Vingadores nos EUA. Carro-chefe da franquia, a revista “Avengers” foi lançada com a promessa de trazer de volta as ameaças cósmicas que o grupo era conhecido por enfrentar. Desde que assumiu o comando da franquia em 2004, o roteirista Brian Bendis havia tratado os heróis mais como vigilantes urbanos do que como defensores planetários.

O problema é que Bendis não tem o menor jeito com histórias em escala cósmica. Seu forte são os diálogos plausíveis e engraçados, e não as batalhas grandiosas. Imagine Quentin Tarantino dirigindo “Star Wars” e você começa a ter uma idéia de como as coisas parecem fora do lugar em “Avengers”.

A sexta edição termina uma confusa trama envolvendo viagens no tempo, os filhos dos Vingadores do desenho “Avengers Next” e os vilões Ultron e Kang. “Avengers #06” sofre daquilo que o tvtropes chama de lógica de refrigerador: horas mais tarde, quando você estiver caçando algo pra beliscar na frente da geladeira aberta, vai cair a ficha e você vai sacar que a história não fazia sentido nenhum.

Novidades titânicas

Em “Teen Titans #88” a revista mensal dos heróis adolescentes da DC ganha uma nova equipe criativa: de um lado a desenhista Nicola Scott, elogiada pelo trabalho na série “Secret Six”; de outro o novelista J. T. Krull, que fez atrocidades com o Arqueiro Verde e seu parceiro Arsenal em 2010.

Previsivelmente, o destaque vai para a arte de Scott, que é uma das melhores desenhistas em atividade atualmente. O roteiro é bastante genérico, descrevendo as origens de um vilão novo e sem graça, enquanto estabelece a dinâmica entre os protagonistas.

É a adição de um novo integrante que vem apimentar a história. Damian Wayne, o carrancudo e metido parceiro do novo Batman, chega pondo os pés na mesa: “Ouvi dizer que vocês precisam de um Robin para liderar esse grupinho.”


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