E chegou a vez dos filmes de mistério em que, mais do que a resolução de um crime (ou problema), o que importa é a dinâmica entre as pessoas e como a obsessão progressiva pode levá-las à loucura. Ecos de “Cova Rasa”, Assassinato em Gosford Park” e  Agatha Christie envolvem a história sobre a caneta desaparecida de Annie. Toda a ação de “Cooperative Calligraphy”  decorre em um único cenário (a sala de estudos) e os diálogos são mais importantes do que as gags físicas.

O maior mérito do episódio foi dar oportunidade para todos os atores brilharem, mas a graça passou longe. A relação entre os personagens, que deveria ser irônica e interessante, se tornou irritante. Já está ficando cansativo eles se desentenderem sempre, gritando uns com os outros a todo o momento. É como se os personagens não evoluíssem, e na maior parte das vezes dá a impressão de que nós os conhecemos melhor do que seus companheiros de cena dentro da série.

Reações típicas e mais do que esperadas de um personagem são recebidas com espanto pelo resto do grupo, como se tratasse de um quase desconhecido. Os roteiristas precisam acordar para o fato de que já estamos no segundo ano da série, e todo mundo já conhece os defeitos e qualidades daquelas pessoas.

Há pelo menos um bom momento, protagonizado por Abed, e que pode render uma situação hilária com potencial para recolocar a série nos eixos. [spoiler] A tabela do personagem para acompanhar o ciclo menstrual de suas colegas é genial (como mostra o Splitsider) e traz indiretamente a revelação de que Shirley pode estar grávida do Señor Chang!

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A ausência de Chang e o excesso de ataques verbais com frases espertinhas deu a impressão de que a série entende que basta ser politicamente incorreta para provocar humor. Por mais que a história contada por Troy seja engraçada (e bonitinha) exatamente por brincar com os clichês do gênero, a resolução do conflito não tem graça nenhuma. “Community” está ficando preocupante.