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A quem a letra não urge? Considerando essa necessidade da escrita inerente a muitos, cá estão algumas letras que buscam cores como tratamento para dores diversas. |
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Preciso
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Ele não era alcoólatra.
Mas gostava de tomar cerveja segunda à tarde. Nada especial, uma garrafa, e aos 50 minutos voltava para casa. O frequentador mais elegante daquele boteco entrava com sua pasta negra e o moço trazia logo a garrafa. Pagava com dinheiro trocado e, quando partia, balançava a cabeça para o moço. Segunda era dia de aula para a sexta série; falava muito, e por isso gostava de sentar-se ali para tomar a cerveja calado. Naquele dia havia uns alunos no bar, os mesmos que não apareceram na aula. Ele olhou para eles, balançou a cabeça e voltou a observar os transeuntes. Aos 47 minutos desde que chegara, um aluno tomou coragem e foi em sua direção, preocupado com a nota da próxima prova. Começou a se explicar, professor, estou tendo problemas em casa, meu gato está doente, meu estômago está machucado e eu não tenho vontade de estudar, nem de levantar de manhã. O professor balançava a cabeça. Professor, eu queria saber o que o senhor acha, se o senhor já passou por isso, etc. O menino gastou exatos três minutos para contar sua história. Quando terminou, já era a hora. O professor levantou-se, tirou as moedas do bolso, balançou a cabeça e após entregá-las ao moço foi-se embora.
-- Camilla Felicori gosta muito de cores. camilla.felicori@gmail.com
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