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Daniéis em busca de liberdade

por Rodrigo Ortega

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Na nova geração do pop mineiro, o Digitaria foi quem conseguiu fazer o trabalho com maior repercussão pelo mundo. Seu primeiro disco, de 2006, foi lançado pelo importante selo alemão de música eletrônica Gigolo, e eles tocaram em festivais no Brasil, Alemanha, Colômbia e Espanha. A divulgação foi grande, mas o contrato também os deixou presos, como conta Daniela Caldellas, uma das integrantes que permaneceu no grupo, antes um quarteto e agora um duo, completo por Daniel Albinati.


Um duo unido (Foto: Daniel Bianchini)

Agora os Daniéis preparam um segundo disco, com alguns bons aperitivos já disponíveis online. Além disso, acabaram de anunciar a participação em uma coletânea brasileira em homenagem a Yoko Ono, junto com cantoras como Zélia Duncan e Sílvia Machete. Confira entrevista com Daniela, feita para a matéria "Forno de Minas", do caderno Ragga Drops.

Pílula Pop: Em que fase está a produção do disco? Já tem um título ou data de lançamento previstos?

Daniela Caldellas - Digitaria: O disco está quase pronto. O Daniel inclusive foi para São Paulo hoje, finalizar o processo de masterização. Acho que o titulo é a parte mais difícil Já pensamos em alguns nomes, mas não nos decidimos ainda. Temos três faixas que provavelmente farão parte do disco já disponíveis para streaming na Internet. É só acessar: http://soundcloud.com/digitaria O lançamento está previsto para setembro, se tudo der certo. É um pouco difícil definir o formato, já que a nossa idéia é de disponibilizar essas faixas gratuitamente para quem quiser baixar.

Digitaria - Paradise by Digitaria

Pílula Pop: Como espera que seja este novo disco em relação ao primeiro? O que vocês têm ouvido e influenciado no Digitaria?

Daniela Caldellas - Digitaria: As músicas do novo álbum foram criadas com base na nossas experiências pessoais, são resumos das nossas visões sobre o mundo de hoje. Estamos compondo esse disco fazem dois anos, acho que o conjunto da obra está mais amadurecido e coeso em relação aos nossos últimos trabalhos. Temos escutado Philip Glass, Gary Glitter, Oppenheimer Analysis, Fever Ray, The XX, entre outras coisas.

Pílula Pop: Há convidados no CD? Vocês mesmos estão produzindo?

Daniela Caldellas - Digitaria: Sei que é estranho falar assim, mas esse disco foi bastante centrado em nós mesmos. É o nosso primeiro lançamento com a formação atual e isso mudou muito a dinâmica da banda. Precisamos de tempo e espaço para nos redefinir e até entender onde a gente queria chegar. Mas, apesar de não termos nenhum artista ou produtor convidado nesse disco, já temos várias idéias de parcerias futuras. Aqui em Belo Horizonte tem muita gente talentosa, com quem adoraríamos trabalhar, como DJ Tee, Sexistalk, Nedu Lopes e Menorah .

Digitaria - The Grey Age by Digitaria

Pílula Pop: Fecharam com um selo no Brasil ou fora?

Daniela Caldellas - Digitaria: Até cogitamos em lançar o álbum através de um selo, mas optamos por não fazer isso pois queríamos mais liberdade para poder trabalhar as músicas. Quando lançamos o primeiro disco pela Gigolo, foi ótimo pois trouxe exposição e reconhecimento mundial para a banda. Por outro lado, ficamos presos pelo contrato. Ainda mais agora que o mercado musical está de cabeça para baixo, buscamos um pouco mais de experimentação na forma de distribuição. Convenhamos, praticamente não existe mais venda de discos. Principalmente na nossa área, onde o tempo de vida de uma faixa é muito pequeno. Se lançarmos o álbum inteiro através de um selo não podemos disponibilizar nenhuma das musicas gratuitamente, nem criar remixes com outros artistas, entre várias outras ações essenciais. É uma limitação que não vale a pena.

Pílula Pop: O que acham da declaração do James Murphy, do LCD Soundsystem, de que não vai gravar mais álbuns, só faixas separadas?

Daniela Caldellas - Digitaria: No nosso caso, esse álbum começou a ser criado já a algum tempo e com um conceito por trás. É como se estivéssemos contando uma história da primeira a última musica. Isso quase não existe mais. Agora que terminamos, conseguimos enxergar outras formas e outros processos muito mais condizentes com o momento atual. O que eu acho mais interessante em tudo isso, particularmente, é que é possível lançar a música da forma que você bem entender. Pode ser uma faixa, ou um álbum, um EP, um remix, e em mais de uma mídia: CD, vinil, digital... O artista pode escolher qualquer um, ou todos. Há uma liberdade bem maior e isso acaba beneficiando todos os envolvidos.

Digitaria - Useless by Digitaria

Pílula Pop: Como pretendem divulgar o disco?

Daniela Caldellas - Digitaria: Através das redes sociais: Facebook, Myspace, Soundcloud, entre vários outros canais disponíveis na Internet. O bom é que estamos conectados diretamente com as pessoas que gostam da nossa música e fica muito mais fácil de mostrar o que vem pela frente. Sempre mandamos release para a imprensa especializada e obtemos um bom retorno. Estamos planejando também uma festa de lançamento em breve aqui em Belo Horizonte e depois devemos agendar algumas datas pelo Brasil.

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