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Fast food sem gosto

09.04.09

por Renné França

Dragonball Evolution

(EUA/Hong Kong, 2009)

Dir: James Wong
Elenco: Justin Chatwin, Chow Yun-Fat, Emmy Rossum, Jamie Chung, James Marsters, Randall Duk Kim, Joon Park, Eriko Tamura

Princípio Ativo:
constrangimento

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Não conheço Dragon Ball. Nunca acompanhei o anime, o mangá ou os jogos de videogame. Ki, Kamehameha e Super Sayajin não significavam nada para mim e por isso fui assistir à adaptação da criação de Akira Toriyama sem nenhuma expectativa. Não me decepcionei. Mas também não posso dizer que me surpreendi positivamente.

“Dragonball Evolution†lembra Sessão da Tarde (e é onde pode acabar se tornando cult) em seu apelo infantil e sua cara de filme cortado para caber na programação. A história do jovem Goku, que precisa juntar as tais sete esferas do dragão para impedir que o maligno Piccolo destrua o planeta Terra, começa como brincadeira adolescente e evolui para uma fantasia com efeitos especiais capengas e cenas de luta que entregam exatamente aquilo que o trailer prometia: constrangimento.

Mas passa tão rápido que nem dá para dizer que machuca. A busca pelas esferas e a formação do grupo que irá ajudar Goku em sua jornada vai se dando sem muita explicação, enquanto revelações se atropelam e personagens aparecem do nada, disparando piadinhas dignas de “Zorra Totalâ€. É fast food: para ser consumido rápido, sem saborear, pensar ou questionar. Mas o produto não vale o preço. Falta tempero.

Não importa qual seja a fantasia, ela precisa fazer sentido dentro de seu mundo. As regras estabelecidas dentro daquele universo devem ser cumpridas e, para que o espectador “entre†no jogo, ele precisa acreditar de alguma maneira naquilo que vê. A rapidez com que Goku passa de nerd rejeitado a grande herói está longe da sutileza que havia, por exemplo, no primeiro “Homem-Aranhaâ€. Da mesma maneira, sua saga em busca das esferas não consegue nunca ser verossímil, uma vez que elas são encontradas muito facilmente, fazendo duvidar de sua importância e raridade.

E o que dizer de uma produção baseada em quadrinhos japoneses, com elenco basicamente de atores orientais, mas que opta por atores ocidentais e seus olhos claros nos personagens centrais da narrativa (Goku, Bulma, Piccolo)? Falhando como obra de aventura e também em sua estética, “Dragonball†só vai mesmo despertar alguma simpatia nos fãs que estão curiosos para ver seus personagens preferidos em carne e osso (e maquiagem) e nos pré-adolescentes facilmente impressionáveis com frases de efeitos e ação em câmera lenta. Pode esperar sem pressa pela Sessão da Tarde...

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Será que a esfera consegue dar um corte de cabelo decente pra ele?

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