Somos todos sujos
26.02.09
por TaÃs Oliveira
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Força policial
(Pride & Glory, EUA/Alemanha, 2008)
Dir: Gavin O’Connor
Elenco: Edward Norton, Colin Farrell, Noah Emmerich, Jon Voight, Jennifer Ehle
Princípio Ativo: protecionismo policial
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Eu sempre me iludo com atores. Fico esperando que, depois de fazerem um filme ótimo e provarem sua qualidade, sejam sábios em suas escolhas e só façam longas bons daà em diante.
Eu sempre me decepciono com atores.
Edward Norton é um deles. Mesmo tendo provado seu potencial, fica se desperdiçando em filmes medianos como “Força Policialâ€. Não que ele não faça um bom trabalho. Norton é um ótimo ator e mostra isso muito bem ao interpretar um policial, Ray Tierney, com mais feridas que a aparente cicatriz no rosto. Após ter voluntariamente se enfurnado no trabalho de burocracias e papeladas, ele é encarregado da investigação da morte de quatro policiais, ao lado do pai, do irmão mais velho e de seu cunhado. Enquanto detalhes do crime são descobertos, segredos da famÃlia de policiais também são revelados.
O diretor Gavin O’Connor exagera ao fazer tanto suspense em relação aos personagens, como se precisasse de uma carta na manga caso o mistério da investigação não fosse suficiente. A história previsÃvel-mas-até-legalzinha se estende mais do que deveria, ganhando cenas desnecessárias como derradeira tentativa de provar um ponto que já estava claro desde o começo.
Há também algumas cenas fortes demais para o filme, que parecem deslocadas: não é preciso ver uma tortura envolvendo um bebê e um ferro de passar roupa para acreditar que o policial é realmente “malvadãoâ€. Da mesma forma, a imagem de bad boy de Colin Farrell acaba prejudicando o personagem do cunhado corrupto, que podia ganhar mais ambigüidade já que também é um pai de famÃlia.
O filme é entrecortado por cenas de famÃlia que deveriam, de alguma maneira, explicar o motivo para alguns se renderem à corrupção e outros fingirem não vê-la quando ela está debaixo do nariz. Mas as justificativas não são fortes o suficiente e essas cenas apenas ocupam tempo e quebram o ritmo do longa.
O’Connor quis que seu filme mostrasse que ainda há policiais honestos, numa homenagem ao pai falecido, que era detetive. Mas “Força Policial†acaba ampliando nossa percepção da corrupção, sem justificá-la. A sensação é de que todo mundo com farda é (gratuitamente) corrupto, resultando em um filme que não aborrece, mas que também não se recomenda para os amigos.
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