Mais do mesmo sem mistério
18.02.09
por Renné França
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A Pantera-Cor-de-Rosa 2
(Pink Panther 2, EUA, 2009)
Dir.: Harald Zwart
Elenco: Steve Martin, Andy Garcia, Alfred Molina, Jean Reno, Emily Mortimer, Yuki Matsuzaki, John Cleese, Lily Tomlin, Jeremy Irons
Princípio Ativo: repeat
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O diamante Pantera Cor-de-Rosa é roubado desde 1963. A última vez foi em 2006 e parece que as pessoas insistem em tentar enriquecer com ele, pois aconteceu outro. A série de filmes do desastrado inspetor Clouseau fez dinheiro, foi aposentada quando se desgastou (até Roberto Benigni já foi “O Filho da Pantera Cor-de-Rosaâ€), fez dinheiro de novo com Steve Martin e retorna agora com uma aventura que não está fazendo tanto sucesso assim nos EUA.
Clouseau é uma brincadeira com a palavra “pista†(clue, em inglês), mas na história do filme, a solução do mistério – e a lógica por trás das deduções - é o que menos interessa. O sucesso longevo da carreira do inspetor francês pode ser explicado a partir de algumas pistas que aparecem espalhadas pelo novo longa, “A Pantera Cor-de-Rosa 2â€.
Pista 1: os suspeitos
Se já não adiantava comparar o diretor do filme de 2006, Shawn Levy, com o genial Black Edwards do original, imagina o que dizer agora. Sem um pingo de originalidade, Harald Zwart recicla movimentos de câmera e enquadramentos dos longas anteriores, que longe de uma homenagem, são uma tentativa de garantir risadas. O roteiro, por sua vez, usa a série de roubos, que leva à formação de um super time de detetives capitaneados por Clouseau, como pano de fundo para empurrar goela abaixo o máximo de situações absurdas chupadas dos outros longas, só que agora em escala maior.
Pista 2: as armas
Steve Martin puxa o elenco, mas seu humor fÃsico passa longe das sutilezas de Peter Sellers. Seu Clouseau é um homem de ação, que aposta mais nas lutas e nos malabarismos do que nas deliciosas frases sem sentido dos filmes originais. O time de detetives é uma reunião de estereótipos, com Andy Garcia como o italiano sedutor, Alfred Molina como o inglês expert em dedução – além de um japonês perito em tecnologia e uma escritora sensual e misteriosa.
Pista 3: os lugares
A história se passa em Paris e Roma, mas o verdadeiro local do roubo do Pantera Cor-de-Rosa é mesmo a sala de cinema. É lá que as risadas revelam que ideias afanadas de outras produções podem render, sim, alguma diversão. E sempre vale pena ouvir a clássica trilha de Henry Mancini na sala escura.
“A Pantera Cor-de-Rosa 2†é uma cópia com alguma graça dos filmes anteriores. O elenco de estrelas desvia a atenção dos furos no roteiro e a histeria de Martin compensa os diálogos pouco inspirados. A fórmula é seguida à risca e quem gostou do primeiro vai gostar desse aqui. Mas talvez algumas pessoas já tenham se cansado de mais do mesmo...
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Fazer piada aqui? Nem que eu quisesse.
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