Don’t look back in anger. Look back in love.
06.06.08
por Daniel Oliveira
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Três vezes amor
(Definitely, maybe, EUA/Reino Unido/França, 2008)
Dir.: Adam Brooks
Elenco: Ryan Reynolds, Abigail Breslin, Elizabeth Banks, Rachel Weisz, Isla Fisher, Derek Luke
Princípio Ativo: as mulheres de Will
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Existe algo de extremamente simpático e verdadeiro em “Três vezes amorâ€.
Não é (só) a presença da sempre talentosa e carismática Abigail Breslin.
Nem a tradução genérica e pouco criativa do tÃtulo original, “Definitely, maybeâ€.
Muito menos sua estréia em BH, nada espontânea e totalmente oportunista, uma semana antes do dia dos namorados.
Admito: há razões para torcer o nariz para “Três vezes amorâ€. Mas a forma realista como é apresentada a trajetória do protagonista Will Hayes (Reynolds) coloca o filme acima do purgatório da ‘comédia romântica descartável’. Will é aquele sujeito admirável que está sempre tentando fazer a coisa certa. E, na maioria das vezes, ele faz. Só que descobre que o certo agora não é mais daqui a cinco minutos. Ou cinco dias. Ou cinco anos.
É ao contar sua história para a filha Maya (Breslin), que ele revê esses acertos equivocados – e explica para a menina como conheceu a mãe dela. Will começa como o idealista assistente da campanha de Bill Clinton recém-chegado em Nova Iorque em 1992, com planos de se casar com a namorada de colégio, Emily (Banks). Mas logo ele conhece a espevitada April (Fisher), envolve-se com a sedutora Summer (Weisz) e aprende aquela história de ‘contar seus planos a Deus para fazê-lo rir’.
Maya e o público devem adivinhar, não só quem dos três pseudônimos é a mãe, mas como Will ficou com ela. O diretor-roteirista Adam Brooks não se apóia nesse mistério, que encheria o saco sem personagens interessantes, mas na imagem desse homem olhando para trás e vendo que o lugar certo sempre esteve bem perto, mas o timing descompassado nunca permitiu vê-lo.
Ryan Reynolds interpreta Will com simpatia, mas sem muita inspiração. Sua quÃmica com Breslin é boa, mas toda vez que ele tenta impor suas gags fÃsicas ao personagem, a cena fica deslocada - e o público imagina que maravilhas John Cusack faria com o papel. Compensam as ótimas performances de Rachel Weisz e Isla Fisher. A primeira demonstra mais uma vez seu talento como uma mulher ambÃgua e apaixonante, mesmo com pouco tempo em cena. E Fisher aparece como uma Amy Adams menos cartunizada, enchendo o longa de vida sempre que aparece.
Há defeitos: a história do livro do pai de April é bem previsÃvel, por exemplo. E a trilha de ‘músicas perfeitas para o momento’ passa bem longe dessa pretensão. Mas no conjunto, “Três vezes amor†convence pelos personagens bem delineados e por reconhecer que o amor na vida real não é um simples encontro – e sim uma longa e tortuosa jornada. Se você é homem, é um bom presente para ela. E se você é mulher, não será uma tortura abominável para ele.
Mais pÃlulas:
- Terapia do amor
- A casa do lago
- ou Navegue por todas as crÃticas do PÃlula
Brincar de ET é um bom passatempo no intervalo de filmagens, segundo Breslin e Reynolds.
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