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Batidas batidas

08.07.07

por Gabriel Gurman

The Chemical Brothers – We Are The Night

(EMI, 2007)

Top 3: “Do It Againâ€, “The Salmon Danceâ€, “The Pills Don´t Work†.

Princípio Ativo:
falta química, sabe?

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Há alguns – não muitos – anos, todo mundo comentava sobre aquela terrível – no bom sentido – música que apenas repetia “Hey Boys†e “Hey Girlsâ€. Bom, Here We Go?!

Três anos após fazerem com que milhares de pessoas transformassem o Pacaembu em uma balada inesquecível, o Chemical Brothers lança o sexto álbum de sua carreira, We Are The Night, tentando desmentir que seu pôperô – novamente, no bom sentido – está morto. Aliás, coisa que os também (ex?)-idolatrados do Crystal Method não conseguiram provar em sua recente apresentação no Skol Beats deste ano.

Talvez os irmãos químicos estejam neste CD assumindo que não conseguem se reinventar: o jeito é girar dentro das mesmas batidas. Ruim não é, mas simplesmente já passou o tempo. Se bem que não se pode dizer que Tom Rowlands e Ed Simmons não estejam tentando. Rechearam o CD com participações especiais, sendo que a de maior destaque é a da molecada do Klaxons, em “All Rights Reservedâ€. Mesmo assim, fica claro que falta bastante néon na química da dupla.

Apesar disso, é inegável a qualidade do som que o duo consegue fazer. É impossível não ter vontade de estar pirando em uma rave (ou em qualquer lugar) ao ouvir canções como “Do It Again†(com Ali G) ou “The Salmon Danceâ€, que lembra bastante “Dareâ€, do Gorillaz.

Na tentativa de algumas mudanças, uma das canções mais surpreendentes é “The Pills Don´t Workâ€, música que remete ao britpop e que talvez represente o cansaço de raves e tudo o que as envolve. Se as pílulas (ainda pop`s) não funcionam, eu não tenho como confirmar, mas que cansam, isso é indiscutível.

Não creio que o Chemical Brothers vire um grupo de britpop – até porque Noel Gallagher já participou (e faz tempo) na faixa “Setting Sunâ€, do fantástico disco Dig Your Own Hole, de 1997. Os blips e tóings tendem a continuar na mesma, mas talvez eles tenham admitido que a fórmula já não funcione mais como antigamente.

É a luta do Chemical Brothers contra o tempo da música. E este corre rápido, muito rápido. Tom e Ed terão que criar novas fórmulas para seguirem trilhando o caminho iniciado há pouco mais de dez anos. Já seria um bom começo se as batidas da dupla não lembrassem tanto as mesmas que ecoavam nos tempos em que eu estudava química no ensino médio.

Ed junta dedos e Tom acha graça

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