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Sk8er Girl em Forma

11.09.04

por Rodrigo Ortega

Avril Lavigne - Under My Skin

(BMG, 2004)

Top 3: “My happy ending“, “Don’t tell me“ e “Slipped Away“.

Princípio Ativo:
Punk rosa.

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Quatorze milhões de cópias após a estréia, com o álbum Let Go, em 2002, Avril Lavigne, 19, volta à cena em seus últimos dias de teenager para promover seu segundo disco, “Under my skin“. Doze canções aparentemente mais maduras e sombrias não escondem a inevitável vocação de Avril para agradáveis melodias e fofuras em geral.

Os dois singles que a garota já emplacou com esse trabalho são suficientes para abafar todo mal-humor e julgamentos morais de supostas tentativas de parecer punk ou revoltada. O refrão de “My happy ending“ é um dos mais cativantes que se ouve nas transmissões radiofônicas atuais e “Don’t tell me“ mostra que Avril continua na melhor forma de sua fofura criminosamente vulgar.

Produzidas por Don Gilmore (Linkin Park, Pearl Jam), Butch Walker (Marvelous 3), Raine Maida (Our Lady Peace) e compostas em parceria com a cantora canadense Chantal Kreviazuk, o guitarrista da sua banda Evan Taubenfeld e o ex-Evanescence Ben Moody, as canções de Under my skin, em geral, descem redondinhas. O único porém é o terrível gostinho de Evanescence que fica no fundo, não pela participação de Ben Moody na ótima “Nobody’s home“, mas em algumas texturas de guitarras e estripulias vocais de gosto duvidoso.

Elas são notadas principalmente nas duas primeiras faixas (“Take me away“ e “Together“), o que pode afastar os ouvintes mais afoitos, mas não comprometem tanto o álbum, no fim das contas. Apesar das tentativas da jovem canadense de ser mais séria e profunda, o que marca o trabalho é o seu talento em traduzir uma manhã de domingo em notas musicais. “Who knows what could happen / Do what you do, just keep on laughing / One thing is true / There's always a brand new day“, canta em “Who knows“, simples e irresistível.

Avril também acerta a mão em baladas como “How does it feel“ e “Fall to Pieces“. Não iguala a sensacional seqüência de singles do disco anterior, mas chega perto. “Slipped Away“, por exemplo, é quase tão bonita de chorar quanto “I'm with you“, e “He wasn't“ empolga quase como “Sk8ter boy“.

No mínimo, Avril Lavigne segue firme o caminho apontado pelo clássico Dookie, do Green Day. Ao contrário do fenômeno que marcou a indústria musical nos anos 80/90, de garotos punks descobrindo o pop e tentando soar como tal, Avril é o pop tomando emprestado um pouco do charme do punk. São apenas alguns símbolos manjados e bobos, que podem levar a atitudes e discussões patéticas, mas também fazem parte de ótimos resultados, como aqui em Under my skin.

Avril com frio e com os cabelos milimetricamente despenteados

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