Ela não cansa de ser sexy (e louca)
17.10.06
por Braulio Lorentz
|
Beyoncé – B’day
(SonyBMG, 2006)
Top 3: “Deja Vuâ€, “Irreplaceable†e “Freakum Dressâ€.
Princípio Ativo: Loucura em vÃdeo
|
|
receite essa matéria para um amigo
Você pode gostar, amar ou odiar esta mulher. Porém, você há de concordar que Beyoncé Knowles é a neodiva mais sem noção do pedaço. A falta de suavidade está nos tropeções de sua estréia solo em clipe (“Crazy in Loveâ€), nas cambalhotas na areia (“Baby Boyâ€) e nos sacolejos sexy-desajeitados multiplicados por espelhos (“Naughty Girlâ€).
A quase ausência de sutileza continua nos vÃdeos retirados do segundo petardo da carreira da cantora norte-americana que completou 25 anos no mesmo dia do lançamento de B’day. Com tantas proezas no currÃculo, é pouco inusitado pensar em outro clipe para a faixa “Check On It†(música bacaninha tema do filme não tão bacaninha “A pantera cor de rosaâ€, que pinta como faixa-bônus deste disco).
Se o diretor pedisse que a garota se vestisse como uma pink panther gigante, ela diria sim. Pior, só toparia se a mãe dela, a estilista Tina Knowles, descolasse a roupa. Pros que não sabem, Beyoncé é uma sem noção de famÃlia. Desde os tempos de Destiny’s Child, sua mãe desenha seus modelitos. O empresário também é de casa: o pai Mathew Knowles.
Pouca coisa mudou no segundo disco. Bee permanece na estante de R&B e pop dançante e confirma a parceria com o rapper e namorado Jay-Z. Parceria essa que começou em “Crazy in Loveâ€, passa pelas participações do cara nas faixas “Deja Vu†e “Upgrade Uâ€, e deve continuar no altar. Se Jay é velho conhecido em estúdios e camas, Pharrell Williams está na outra ponta. O rapazinho do The Neptunes não sabe a cor dos lençóis de Beyoncé. Suas músicas estréiam na voz da garota: a simpática “Kitty Kat†e a antipática “Green Lightâ€.
A segunda leva de vÃdeos da mesma forma mantém o nÃvel dos anteriores. No primeiro deles, da formidável faixa “Deja Vuâ€, Beyoncé levanta a poeira. E não é força de expressão. Perto do fim do clipe, a moça aparece no meio de uma floresta e começa a fazer a dança mais bizarra do ano. É de deixar qualquer telespectador boquiaberto.
No clipe da irritante “Ring The Alarmâ€, canção com mil sirenes e gritos no estilo megafone, Knowles encarna uma Sharon Stone tresloucada. Ela cruza as pernas, balança os cabelos, escancara a boca e nos faz pensar que sua camisa de crochê poderia ser trocada pela de força. Quando mais contida, como em “Irreplaceableâ€, imagem e música assustam menos. A guria recruta uma banda de mulheres afetadas para enfeitar o final do clipe, mas mesmo assim tudo já estava menos louco do que de costume graças ao arranjo à la Destiny’s Child.
No mediano disco da nova diva mais freak do pop, natural que a melhor música, “Freakum Dressâ€, tenha freak no nome. Que a insanidade traga composições ainda melhores em uma próxima vez.
“Ufa! Esses clipes dão muito trabalho...â€
» leia/escreva comentários (89)
|