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Ainda respirando

21.09.06

por Isabel Furtado

Clap Your Hands Say Yeah – Clap Your Hands Say Yeah

(Sum Records, 2006)

Top 3: “The Skin Of My Yellow Country Teethâ€, “Heavy Metal†e “Is This Love?â€.

Princípio Ativo:
Validade vencida

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O álbum de estréia do Clap Your Hands Say Yeah chega ao Brasil com um ano de atraso. Uma demora dessas, num mundinho com vasta disponibilidade de músicas on-line, pode muitas vezes significar o lançamento já com um pé na cova. Principalmente quando a banda se torna conhecida graças ao blábláblá virtual.

Os nova-iorquinos do CYHSY fizeram sua fama na net, mas seu disco ainda não foi enterrado. Trata-se de um disco de qualidade e originalidade que não é esquecido tão facilmente. No entanto, assim como eu, com certeza muita gente já deve ter escutado a bolachinha até a exaustão e não a vê como novidade. Pelo menos não se trata de um natimorto, mas de um antigo e simpático conhecido.

Aproveitando a ocasião do lançamento do disco por aqui, conto a minha relação mutante de um ano com o disco em questão:

Não me lembro bem como e onde se deu minha primeira audição, mas me recordo de que se tratava da canção “The Skin Of My Yellow Country Teethâ€. Nessa música, os instrumentos entram em ordem perfeita. Primeiro surge o órgão com um quê de cravo, depois a bateria animadinha, então as guitarras se encaixam fazendo uma simpática melodia. Logo em seguida se apresenta o baixo, que se enrosca nas guitarras e fecha a complexa liga melódica de todos os instrumentos. É nesse ponto que a cama fica pronta para a entrada triunfal do vocal esganiçado e charmosamente falhado que é a marca registrada da banda.

Mas o que realmente me faz suspirar nessa canção é o ritmo alternante do vocal. A primeira palavra de cada verso é esticada como um choro, e vem seguida por uma frase de várias palavras mais ou menos curtas. Elas se alternam com perfeição e são cantadas sem intervalo, ligando ao refrão.

Essa é sem dúvida a obra prima do CD, mas toda a gravação segue a mesma linha. É assim, com guitarras casadinhas e melodias chorosas, que o Clap Your Hands Say Yeah conquistou tantos fãs.

É verdade que a surpresa e a adoração iniciais me fizeram exagerar na quantidade de audições e, conseqüentemente, a saturação acabou esvaziando um pouco o disco. Isso só serve para deixar clara uma fraqueza do CYHSY: a falta de perenidade, afinal de contas, quando um disco é sublime, ele pode ser escutado até a exaustão sem se esgotar. É isso que faz de um clássico, um clássico.

Mas como eu já disse outras vezes, um clássico não nasce todo dia, então, tratemos de CYHSY como merece ser tratado. A estréia dos rapazes é uma boa respirada do novo rock, mas não garante a passagem da banda ao mundo dos imortais.

O dono da voz esganiçada, Alec Ounsworth, é o primeiro da direita

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