Busca

»»

Cadastro



»» enviar

Eu me amo

10.09.04

por Braulio Lorentz

O Show Não Pode Parar

(The Kid Stays in the Picture, EUA, 2002)

Dir.:Nanette Burnstein e Brett Morgan

Princípio Ativo:
várias histórias, uma versão

receite essa matéria para um amigo

O show não pode parar é fruto do egocentrismo de um cara chamado Robert Evans. Ator charlatão, bam-bam-bam da Paramount, festeiro na Califórnia. Evans produziu “O Poderoso Chefãoâ€, “O Bebê de Rosemaryâ€, “Love Storyâ€, "Chinatown" e ainda teve tempo para conquistar e catar mulheres como a cobiçada Ali MacGraw. Produzido e narrado por Evans, o que se vê são diálogos que só trazem uma versão (a de Evans) e imagens que glorificam um só homem (Evans). Não que o estrelinha não seja um bom contador de casos... Ele realmente prende a atenção do espectador, mas faz alguns episódios cruciais parecerem peças pregadas pelo destino.

A prisão por porte de cocaína e o envolvimento com um assassinato no Cotton Club são tratados como meros detalhes na vida de um sujeito sortudo e talentoso - e chifrado por Ali MacGraw - que não botava uma gota de álcool na boca. Polêmicas fáceis também estão em cada momento da película. Como na seqüência em que Evans afirma que o trabalho do produtor merece crédito maior do que o do diretor, utilizando como exemplo o cineasta Roman Polanski no já citado "O Bebê de Rosemary".

O documentário, já exibido na TV paga, apresenta os bastidores de Hollywood (contados por quem se ama e os conhece bem) e só agrada aos cinéfilos ávidos por detalhes sobre a produção cinematográfica nos anos 60 e 70. Fora isso, fica a sensação de que o filme é uma mentira bem produzida, um TV FAMA bem feito.

Eu, falando comigo mesmo, num momento
de extrema humildade. Não reparem as fotos.

» leia/escreva comentários (0)