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Bela e fera

17.02.06

por Priscila Kallfelz

Orgulho e Preconceito

(Pride and Prejudice, Inglaterra, 2005)

Direção: Joe Wright
Elenco: Keira Knightley; Matthew MacFadyen; Rosamund Pike; Jena Malone; Donald Sutherland; Brenda Blethyn; Judi Dench; Penelope Wilton

Princípio Ativo:
razão e sensibilidade

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A família Bennet, tentando manter os “padrõesâ€, conta com cinco filhas solteiras, em busca de um casamento bem sucedido e ascensão social. Freqüentadoras dos bailes da época, todas as garotas, com a ajuda da descarada Sra. Bennet (Brenda Blethyn, de O Barato de Grace), procuram um bom partido. Todas, exceto Lizzie (Keira Knightley, de Rei Arthur), apaixonada por literatura e com mente e atitudes bem à frente de uma sociedade rural, machista e segmentada por falsas aparências.

Em um dos bailes, a família Bennet conhece o milionário e adorável Sr. Bingley (Simon Woods) e seu primo, igualmente milionário - e proporcionalmente arrogante - Sr. Darcy (Matthew MacFadyen, de Enigma). Iniciam-se, então, duas histórias paralelas: os encontros e desencontros entre a irmã mais velha - a belíssima Jane Bennet - e o Sr. Bingley; e uma relação de ódio, amor e descobertas entre Lizzie e o Sr. Darcy.

São longos e bem aproveitados os minutos focados no casal protagonista Lizzie e Sr. Darcy que, vivendo em realidades sociais e culturais completamente diferentes, descobrem-se mais parecidos do que podem imaginar. E se envolvem um com o outro, de um jeito que - só eles - não esperavam. É o fim das primeiras impressões e o começo de uma relação de transparência.

Enquanto isso, a família Bennet se vê no meio de diversas situações. Casamentos negados, a fuga e o casamento infeliz da filha mais nova com um oficial medíocre, o medo de perder sua propriedade. E, acima de tudo, a falta de esperança em relação a um futuro próspero para as jovens da casa.

Mas o clima de romance nunca chega a ser interrompido. Os protagonistas refletem uma história que começa baseada em concepções preconceituosas e se desenrola em cima de orgulhos feridos, só dando certo quando eles se dispõem a passar por cima dos erros e iniciar uma relação de admiração mútua e cumplicidade.

É aí que o enredo de dois séculos atrás dá um banho nos telespectadores pós-modernos, tão intolerantes e disfarçadamente fechados em si mesmos, incapazes de viver o que está diante de si mesmos, devido às diferenças. Prova de que “Orgulho e preconceito†poderia ser um romance contemporâneo, não fossem as carruagens, os penteados e os espartilhos do século XIX.

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