Belo Horizonte, 31 de Janeiro de 2006
02.02.06
por Braulio Lorentz e Rodrigo Ortega
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Conexão Telemig Celular de Música
(2005)
Top 3: “As coisas†(Érika Machado), “Cerveja†(Porcas Borboletas) e “Em diante†(Kristoff Silva).
Princípio Ativo: Novas Bandas
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Prezados amigos da Telemig Celular,
Foi com muita alegria que recebemos o CD Conexão Telemig Celular de Música 2005. Achamos bacana a idéia do projeto, em sua quarta edição, de apoiar a nova cena mineira, até porque o PÃlula Pop adora novas bandas. Quem nos dera fazer onze dias de shows em Belo Horizonte, além dos do interior, e depois lançar um CD tão bacana: duplo, com 22 artistas que despontam por aqui e merecem ouvidos atentos além das montanhas.
Resolvemos, então, comentar as canções. Afinal, crÃticas construtivas são sempre bem vindas, não é mesmo? “As coisasâ€, de Érika Machado, é uma das melhores. A faixa tem a mãozinha de John Ulhoa, guitarrista do Pato Fu, que produziu a estréia do Wonkavision e a volta de Arnaldo Baptista. Por falar em volta e em Arnaldo, essa canção da Érica é fofa, mas não tão boa quanto uma volta do Mutantes. Outro bom momento é “Tupan-ran-tupanâ€, do Falcatrua, que confirma na sonoridade o parentesco com o Tianastácia. A música do Falcatrua poderia estar na Malhação fácil, fácil.
Paralaxe e Porcas Borboletas são empolgantes. A primeira é uma espécie de Réu & Condenado sem tantas baboseiras e a segunda é glam rock bem-humorado para conquistar fãs da fase tropicalista de Ronnie Von. Kristoff Silva tem melodias agradáveis. Mas é preciso não confundir o gostinho bom de sorvete de abacaxi da música de Kristoff com picolé de chuchu ou com pato ao molho de maracujá.
Outro destaque é a dupla-participação de Sérgio Pererê, o Seal da música mineira de tambor. Ele empresta a voz para as faixas “Miraâ€, de Pablo Castro e “A outra belezaâ€, de PatrÃcia Amahral. Ambos entregam interpretações corretas, daquelas que não merecem asterisco no boletim, se bem que Pablo Castro é mais Djavânico do que deveria.
Mas nada supera Aline Calixto. Sabe o Dr. Chapatim, do programa do Chaves, aquele que diz que “se você é jovem ainda amanhã velho será, ao menos que o coração sustente a juventude que nunca morrerá� Ela faz o inverso: parece uns 30 anos mais velha ao cantar. O rapper Mano Fat é outro que não convence.
A ressalva final é que, ao contrário do projeto gráfico bacana, alguns textos do encarte escorregam. Não caiu bem o auto-elogio de MaurÃcio Ribeiro à sua música “de uma coesão gritanteâ€. Gritante mesmo é o Enne ou o Moldest, bandas de uma nova geração de BH, junto com monno e Impar, que nunca deu as caras no palco do Conexão. Tomara que possamos tomar um café para falar sobre mais ondas do projeto e outras bandas preferidas pelo público jovem, de classe média, consumidor ávido e interessado em cultura pop.
Aguardamos ansiosos pelo contato.
Atenciosamente,
Rodrigo Ortega e Braulio Lorentz
Editores de Música do PÃlula Pop
pilulapop@pilulapop.com.br
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