Pânico no ar
04.10.05
por Daniel Oliveira
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Vôo Noturno
(Red Eye, EUA, 2005)
Dir.: Wes Craven
Elenco: Rachel McAdams, Cillian Murphy, Brian Cox, Jaima Mays
Princípio Ativo: McAdams & Murphy
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Mudam as locações, o roteiro e até alguns clichês, mas não adianta. As heroÃnas de Wes Craven continuam subindo as escadas e gritando para os céus, ao invés de correr para os vizinhos ou chamar a polÃcia. Desde os meus 13 anos eu morria de medo do serial killer de “Pânico†matar a Monica do Friends, elas fazem isso. Desta vez, o diretor e o roteiro até tentam dar uma explicação para isso – que seria quase plausÃvel, se alguém realmente tivesse coragem de enfrentar um psicopata sozinho.
Reconheçamos que Craven muda os ares. Ou para os ares. Após o fracasso de seu último terror adolescente, “Amaldiçoadosâ€, ele tenta causar medo e não riso, em “Vôo noturnoâ€. A história: Lisa Reisert (Rachel McAdams, de “Penetras bons de bicoâ€) é uma gerente de hotel, que pega o red eye do tÃtulo original - o vôo da madrugada - do Texas para Miami. Ela tem a má sorte de encontrar Jackson Rippner (Cillian Murphy, de “Batman beginsâ€) – trocadilho com Jack, the ripper, ou o estripador. Ele quer que ela mude o quarto de um figurão da polÃtica que vai se hospedar no seu hotel, facilitando um atentado, ou o pai da moça (Brian Cox) morre.
Lisa tem que fazer isso durante o vôo e as maldades que Jack faz com ela são bem convincentes, diga-se de passagem. Tentando fazer algo mais próximo de “Por um fio†do que do terror, Wes Craven parece acanhado e pouco criativo. Os movimentos de câmera são burocráticos e os enquadramentos fechados, acentuando a claustrofobia do avião, não ajudam. A trilha explora ao máximo os clichês do suspense / terror, tudo muito planejado para o espectador morrer de medo. Tão planejado que fica óbvio e não funciona.
“Vôo noturno†pertence à dupla de protagonistas, tornando-se um veÃculo para McAdams e Murphy, dois nomes relativamente desconhecidos prestes a estourar. A quÃmica entre os dois é boa e a escolha dos papéis é adequada. Ela é a queridinha frágil com quem é fácil se importar e ele tem um olhar psicótico ótimo, já usado no Espantalho de “Batman beginsâ€. Os diálogos afiados dos dois no avião são a melhor parte do filme.
O resto não decola. Tendo como premissa a paranóia dos aeroportos norte-americanos pós 11 de setembro, “Vôo noturno†abusa. É difÃcil acreditar que após uma tentativa de assassinato, alguém consiga sair do avião com tamanha facilidade, quanto visto no filme. E ainda vai outro atrás dele. Depois daÃ, fica complicado acompanhar a trama, que se torna uma correria desatada, em que o roteiro se mostra superficial e com um final repentino.
Mesmo com um longa tão fraquinho, Craven devia seguir o bom conselho do guia do mochileiro das galáxias: NÃO ENTRE EM PÂNICO. DifÃcil, já que Neve Campbell já mencionou um possÃvel quarto capÃtulo da saga adolescente...
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