Longe do rádio
31.08.05
por Rodrigo Ortega
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Starfish 100 - De-faced
(Volume 1, 2005)
Top 3: “Cherry Trifleâ€, “Up in the cityâ€, “Feeling Lowâ€.
Princípio Ativo: Rock inglês
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O Starfish 100 é britpop descarado. Algumas bandas gravam uns instrumentos diferentes ali e citam influências obscuras acolá para disfarçar as melodias chupadas dos Beatles e guitarras iguais às do Oasis. Os paulistanos do Starfish dispensam complicações e apresentam melodias assobiáves e arranjos simples, totalmente identificáveis com o rock inglês dos anos 60 e 90. Eles percorrem os circuitos descolê de São Paulo e outras cidades desde 2001. Em 2002 lançaram o disco de estréia, homônimo, pelo selo independente Volume I. Este ano eles soltam o segundo, De-faced, com canções ainda mais bem produzidas e ganchudas.
Ca-tchy, diriam estes roqueiros que cantam canções em inglês que, se não fosse por isso, tocariam mais facilmente nas rádios daqui, para a alegria de adolescentes apaixonados. “Cherry Trifle†é a faixa mais auto-colante. Empolgante sem precisar de muita estridência. A letra parece auto-irônica: “Beyound the radio / but you will never know†(“Longe do rádio / mas você nunca vai saberâ€). Outras canções nem tão “radiofônicas†são ainda mais bacanas. A faixa de abertura, “Up in the cityâ€, chega chutando a porta e fazendo barulho. O atrevimento lembra os irmãos Gallegher, como se “Up in the city†fosse uma versão para “Up in the skyâ€, de Noel.
Mas o disco não segue assim tão supersônico. Violões e climas mais suaves do que a canção anterior e as do primeiro disco são a cara de De-faced. Bedusk (guitarra), Rico Schwab (baixo) e Mateus Potumati (Bateria), liderados pelo alemão radicado no Brasil Demys Schneider, tocam baladas certeiras, com destaque para as estrofes de “Jaded and void†e o refrão de “Untrueâ€. Quase todas contam com o velho truque de começar acústicas e calminhas, e depois entrar a bateria ou uma distorção pra animar. Exceto “Angry so new†e “Everybody doesâ€, que são acústicas até o fim.
Na partes das não-baladas, principalmente no final do disco, “Feeling low†é a mais legal, com um riff bacana e o refrão com pinta de hino: “I’m feeling low / in my heart, in my soulâ€. As duas últimas, “Harder to sustain†e “Talk to meâ€, são reprises do primeiro disco. Para fechar a produção caprichada, ainda tem uma balada como faixa escondida no final. O vocal tem um tom afetado, mas vai saber se este é o sotaque do alemão Demys. Nada que me tire a vontade de acender um isqueirinho quando o Starfish 100 passar pelo circuito descolê daqui.
Top 3: “Cherry Trifleâ€, “Up in the cityâ€, “Feeling Lowâ€.
As sombras dos Starfishes em momento de empolgação
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