Vâmo pulá, vâmo pulá...
04.06.10
por Renné França
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PrÃncipe da Pérsia – As areias do tempo
(Prince of Persia: The sands of time, EUA, 2010)
Dir.: Mike Newell
Elenco: Jake Gyllenhaal, Gemma Arterton, Alfred Molina, Ben Kingsley, Steve Toussaint, Toby Kebbell
Princípio Ativo: areia
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“Só quem consegue sentir essa magia
Transforma qualquer lugar em alegria
E quando você pula, pula até suar
E não se cansa
É pura adrenalina no ar†(Sandy e Júnior)
“PrÃncipe da Pérsia – As Areias do Tempo†não é um bom filme. A tentativa de um novo “Piratas do Caribe†parece copiar apenas o que de pior havia na franquia: um roteiro cheio de furos, erros de continuidade e situações inverossÃmeis, mesmo se tratando de uma fantasia. A adaptação do popular videogame abusa dos efeitos digitais e pede desesperadamente para que o espectador embarque na brincadeira. E quer saber? Se você aceitar o convite, vai se divertir bastante...
Lembrando as aventuras absurdas e recheadas de frases de efeito dos anos 80 - como “Tudo por uma Esmeraldaâ€, “A Jóia do Nilo†e “As Minas do Rei Salomão†- “PrÃncipe da Pérsia†passa longe do realismo e precisa de uma total suspensão da descrença para se tornar minimamente emocionante. O problema é que a produção não consegue criar uma ambientação eficiente para isso. Das proezas fÃsicas à s reações dos personagens à s situações em que se encontram, nada parece natural ou crÃvel.
Na história, o prÃncipe Dastan (Gyllenhaal), acusado de matar o próprio pai, deve provar sua inocência e ao mesmo tempo compreender e proteger uma adaga mágica. Nessa jornada, é acompanhado por todos os personagens tÃpicos de aventuras de capa e espada, como a princesa, o coadjuvante bonachão, o guerreiro calado, vilões misteriosos e todo o tipo de estereótipos.
Alfred Molina rouba todas as cenas em que aparece como o sheik Amar, mas Jake Gyllenhaal não consegue transformar seu Dastan em uma figura tão carismática quanto o Jack Sparrow de Johnny Depp. Fazendo do personagem principal uma mistura de galã de romances exóticos dos anos 20 (como “O Sheikâ€) com “O Pirata Sangrento†(clássico de 1952 em que Burt Lancaster pulava de teto em teto), o diretor Mike Newell não se resolve entre copiar as mirabolantes acrobacias do videogame ou contar uma épica história de amor.
A indecisão gera uma obra que depende da vontade de quem assiste: ou se cria uma barreira e nada do filme faz sentido algum, ou se abraça de coração aberto a aventura farsesca, os personagens inverossÃmeis e o final forçado. Se optar pela segunda opção, corre o risco de sair do cinema com um belo sorriso no rosto. Lutas bem coreografadas, belas imagens, situações engraçadas e ação absurdamente divertida. Com um pouco de esforço, “PrÃncipe da Pérsia†dá até para ser digerido. Mas não se esqueça da pipoca e do refrigerante para ajudar a engolir...
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