Mais do mesmo que funciona
29.04.10
por Nudia Fusco
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Black Rebel Motorcycle Club - Beat the Deavil's Tatoo
(2010)
Top 3: “Beat the Devil’s Tattooâ€, “Bad Bloodâ€, “Half-Stateâ€
Princípio Ativo: Repetição (no bom sentido!)
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Nada como um disco após o outro. O trocadilho, quase infame, pode ser usado tanto para representar algo que foi se aprimorando como um trabalho que foi consolidando sua identidade ao longo de sucessivos lançamentos. É mais ou menos isso que Beat the Devil’s Tattoo, novo álbum dos californianos do Black Rebel Motorcycle Club tenta mostrar. As guitarras – cruas - estão neste que é o sexto disco da banda, assim como o inconfundÃvel vocal de Peter Hayes. Rock? Tem. Um passeio entre o blues, country e folk? Tem também. Baladinhas? Opa, estão lá, com direito a gaita e tudo mais.
Mas, se por um lado, o novo B.R.M.C. trabalha com a certeira receita mais do mesmo, traz também elementos novos, que contribuem positivamente com o disco. Um deles é a mudança na formação da banda: sai de cena o baterista Nick Jago e entra a ex-Raveonette Leah Shapiro. A mudança de selo para a Abstract Dragon também parece ser uma questão importante, já que os caminhos experimentados por The Effects Of 333 acabaram não funcionando muito bem. Com isso, não espanta que o Beat the Devil’s Tattoo venha sendo bem recebido pela crÃtica e pelo público em geral, e a retomada de caracterÃsticas mostradas em discos anteriores, como Howl, de 2005, se mostra bastante acertada.
Beat the Devil’s Tattoo começa bem, com o blues de primeira linha que dá nome ao disco. “Conscience killer†vem em seguida, como um encaixe perfeito na faixa anterior, dando mostras contundentes do que vem ao longo das 13 músicas que compõem o álbum. Depois é a vez da forte “Bad Blood†, que rompe com a sequência inicial e apresenta um quê hipnótico, caracterÃstica que se estende em “War Machine†, até encontrar alento em “Sweet Feeling†.
O que se segue a partir daà é uma demonstração clara de que o rock garageiro e a influência britânica ainda correm nas veias do B.R.M.C., até chegar ao final, com a redonda (e longa!) “ Half-State†. Um encerramento correto, que consegue passar a sensação de que, às vezes, é melhor percorrer um caminho já trilhado do que se aventurar por outros ainda não desbravados.
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