O bom, o mau e o feio
29.04.10
por Renné França
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O número no tÃtulo de “Homem de Ferro 2†é mais que um mero sinal da continuação do sucesso de 2008: trata-se de uma história binária, na qual sentidos antagônicos são o tempo todo colocados lado a lado e personagens são estabelecidos por aquilo que não são. Apesar de seus poderes, o que realmente faz de Tony Stark um herói é que ele não é Ivan Vanko. E nem Justin Hammer. Nesse sentido, “Homem de Ferro 2†é um filme sobre vilões.
O bom
O mundo está em paz e o Homem de Ferro é o seu xerife. Após sair da armadura, Stark (Downey Jr.) precisa lutar contra as tentativas do governo de confiscá-la e também contra o constante envenenamento que vem sofrendo pela bateria que o mantém vivo. A pressão faz com que ele ceda aos seus maiores defeitos, por várias vezes se aproximando das caracterÃsticas dos vilões da história. E se isso não acontece, é porque ele possui sua consciência personificada em James Rhodes (Cheadle, substituindo Terrence Howard). Se Stark é paixão, Rhodes é razão - e a briga entre os dois na luta das armaduras acaba sendo uma visualização do conflito interno do protagonista.
O mau
Se há um novo xerife, algum pistoleiro vai tentar matá-lo. Justin Hammer é a arrogância e narcisismo de Stark, sem sua genialidade. Sam Rockwell está divertido como uma espécie de Tony Stark pré-Homem de Ferro que se leva mais a sério do que deveria. Seu rico produtor de armas quer tudo aquilo que o rival possui: a fama, o carisma e a tecnologia. Falta o talento para isso.
O feio
Já o russo Ivan Vanko é brilhante. Mas toda sua capacidade como inventor é consumida pelo sentimento de vingança contra a famÃlia Stark. Mickey Rourke faz, com poucas falas, um personagem magnetizante: assim como Hammer, ele é aquilo que Tony Stark poderia ter sido.
A dinâmica entre esses personagens funciona muito bem, estabelecendo interessantes paralelos morais dentro da história. Mas o problema é que “Homem de Ferro 2†tem muito mais gente do que os quatro citados. Apesar do roteiro tentar dar mais destaque a Pepper Potts, Gwyneth Paltrow não consegue fazer muito com uma personagem que é, por natureza, sem graça. E a adição de Scarlett Johansson é um colÃrio para os olhos, mas a verdade é que sua Natasha Romanov era dispensável.
Ainda há Nick Fury e um destaque desmedido para Happy Hogan (o também diretor Favreau, se dando mais tempo na frente das câmeras #ego). É uma ótima diversão, com boas cenas de ação, trilha inspirada e diálogos bacanas. Com um pouco mais de polimento, poderia ter sido um filmaço. Mas é “apenas†uma boa aventura de super-herói.
Ah, e atenção para a nerdÃstica cena pós créditos...
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Speed Racer? Ooops...filme errado.
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