Bidê ou cachorro-ultrawildner
31.05.05
por Rodrigo Ortega
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Acústico MTV Bandas Gaúchas
(Sony, 2005)
Top 3: “E Por Que Não?â€, “Dia Perfeitoâ€, “Eu tenho uma camiseta escrita eu te amoâ€
Princípio Ativo: Mágica, loucura, superpoderes e trovas
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O inÃcio foi mágico: um olhar sutil, encantador. Depois veio a febre, a loucura, e ele já não respondia por seus atos. Pensou que fosse um super-humano, sem saber que no final só restariam trovas românticas. O roteiro de filme de amor foi estrelado por quatro bandas bacanas do Rio Grande do Sul: os mágicos (Bidê ou Balde), os loucos (Cachorro Grande), os super-humanos (Ultramen) e o trovador (Wander Wildner). A MTV registrou a comovente história no CD e DVD Acústico Bandas Gaúchas.
Toda a produção é um investimento na cena que já é grande no Sul, mas no resto to Brasil é desconhecida ou restrita ao mundinho. “Acusam os artistas gaúchos de separatistas, mas parece que o Brasil é que separa a genteâ€, reclama o vocalista do Ultramen, Tonho Crocco. Eles representam a nova geração que nem é tão nova assim. Todos têm pelo menos três discos lançados, vários clipes e ótimas canções. Wander, menos novato ainda, é integrante dos Replicantes, pioneiros do rock de Porto Alegre.
O Bidê ou Balde atacou com o hit “Melissaâ€, com vocal de Roger, do Ultraje a Rigor, primeira das participações especiais musicalmente dispensáveis, mas simbólicas do tal investimento nacional na cena. Os arranjos de “Microondas†e “Mesmo que Mude†emocionam e “E por que não?â€, mesmo assumindo a letra pedófila, é boa candidata a hit. Pena que as vinte faixas do disco foram reduzidas a doze, três de cada banda, no especial da TV.
A melhor surpresa foi ver a Cachorro Grande pisar no freio e guiar bem. Os climas saloon de “Hey Amigo!†e “Dia Perfeitoâ€, com direito a vocal e “banjolim†de Paulo Miklos, dos Titãs, combinaram com as melodias e terninhos. Mas não faltou esporro com “Sexperience†e “Que Locura!â€. Não tocaram nenhuma do disco tri-recente, Pista Livre.
O Ultramen é a banda que menos se encaixa no rótulo “novo rock†e mais no “novo rock-funk-rap-reggae e qualquer coisa que mexa o esqueletoâ€. Não dispensaram o DJ Anderson, fato inusitado em uma apresentação acústica. “DÃvidaâ€, tocada com Falcão, d’O Rappa, é um dos sucessos mais prováveis do disco.
Wander Wildner foi o único que não contou com participações especiais e escolheu apenas canções de sua autoria, “para ganhar mais dinheiroâ€, segundo ele, como “Bebendo Vinhoâ€, “Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro†e “Eu tenho uma camiseta escrita eu te amoâ€. Depois de suas trovas românticas, só faltou o The End e créditos rolando. Com licença que daqui a pouco tem reprise e eu vou fazer pipoca, porque filme bom a gente não vê uma vez só.
Wander Wildner, o menos novato da turma
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