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Os novos cabeludos [2]

05.08.09

por Rodrigo Ortega

Arctic Monkeys - Humbug

(EMI, 2009)

Top 3: "Crying Lightning", "Dangerous Animals", "Cornerstone".

Princípio Ativo:
Um pé no freio e outro no pedal de distorção

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De adolescentes fluorescentes a adultos soturnos, os Arctic Monkeys se destacam das dezenas de grupos genéricos na cena britânica e afirmam de vez sua personalidade com o terceiro disco, Humbug. O álbum vai ser lançado no Brasil dia 24/08, mas já pode ser baixado por aí. Descontando o Coldplay, que já se parece mais com uma seita religiosa do que uma banda de rock, os Arctic Monkeys conseguiram chegar a 2009 como o maior nome do rock inglês desta década.

Após o sucesso de Whatever people say I am, that's what I'm not, de 2006, e Favourite worst nightmare, de 2007, Alex Turner e seus amigos resolveram mudar de ares e foram para os EUA, em Joshua Tree, na Califórnia, terra natal de Josh "Queens of the Stone Age" Homme. Produtor da maioria das músicas de Humbug, Homme é responsável pelo som mais lento e pesado, que troca ecos de Strokes e Libertines por referências mais clássicas.

“Várias partes têm influências de Black Sabbathâ€, afirmou Turner à NME. A declaração, somada às músicas novas tocadas em alguns shows, como o que o Pílula conferiu em Viena, gerou a expectativa de que o álbum seria bem diferente dos anteriores. O grupo mudou até o visual: deixaram os cabelos crescerem e abandonaram a postura de bons moços.

"Crying lightning", primeiro single, tem um clipe esquisito (veja abaixo), ecos do stoner rock dos Queens of the Stone Age e um clima mais soturno do que os tempos de "I bet you look good on the dancefloor". A provável segunda música de trabalho é "Pretty visitors", que tem ainda mais os dedos de Josh Homme e riffs à moda do rock dos anos 70. Ao lado de "Dangerous animals" e "My propeller", elas são as pedradas certeiras do disco, uma feliz união do melhor do rock inglês e americano dos últimos anos.

Humbug, no entanto, tem seus pontos baixos, como "Fire and the thud" e "The jeweller's hands". Nestas, a busca de um tom psicodélico cai na monotonia pela falta de nuances. Na verdade, eles seguem o som do projeto paralelo de Alex, os Last Shadow Puppets, mas sem os bons arranjos das belas faixas do grupo.

No caminho mais melódico, as duas únicas faixas que não foram produzidas por Josh Homme são bem mais resolvidas por um motivo simples: o produtor é James Ford, o mesmo do CD dos Last Shadow Puppets. "Cornerstone" e "Secret door" são mais sóbrias, mas quase tão sensacionais quanto "Fluorescent adolescent", e confirmam o status de Turner como um dos melhores compositores atuais.


Arctic Marinheiros em "Crying Lightning"

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