O baiano João Miguel, que já atuou em filmes como Cinema, aspirinas e urubus e Cidade Baixa, acompanha de perto o festival e já é figurinha carimbada nas exibições e shows que fecham a noite. Entre uma sessão e outra, ele aproveitou para falar ao PÃlula Pop um pouquinho sobre seu trabalho e a experiencia de ser o ator homenageado na mostra.
Com é ser o ator homenageado na Mostra de Cinema de Tiradentes?
No inÃcio a homenagem me soou estranha. Eu pensei: o que é que eu vou falar? Porque geralmente o homenageado é quem tá no final da vida ou já morreu. Mas depois eu entendi que essa homenagem é quase uma descatalogação da homenagem tradicional. Representa discutir as pessoas no meio do caminho, no meio do percurso. Eu me considero um ator aprendendo a fazer cinema com colegas, com pessoas que estão me levando a me descobrir. A mostra como um todo tem essa cara de discutir as vertentes do cinema brasileiro a partir da ousadia de pessoas que se colocam no risco.
Três trabalhos seus estão sendo exibidos no festival: Deserto Feliz, Mutum e Estômago. Algum desses filmes te marcou em especial?
Não. Os três tem significados importantes por terem sido feitos em lugares diferentes, com diretores de vários estados diferentes e discutindo coisas diferentes. Então eu tenho o maior carinho por todos, porque como ator é muito importante se deslocar, conhecer seu próprio paÃs para poder falar das histórias.
Estômago é o último filme a ser exibido na Mostra. O que podemos esperar dele?
Estômago fala sobre Raimundo Nonato, um cozinheiro que saà da cidade pequena para a cidade grande em busca de sucesso e acaba se dando mal. Fala de comida, de poder, de sexo e fala desse cara que vai, de alguma maneira, ganhando poder através da comida. É bem interessante.