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Glastonbury 2009

por Rodrigo Ortega

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Pela segunda vez, o Pílula está de barraca armada para assistir aos quatro dias do festival de Glastonbury, na Inglaterra. Blur, Bruce Springsteen, Neil Young, Franz Ferdinand, Lily Allen, Lady Gaga, Animal Collective, Yeah Yeah Yeahs e chuva estão entre as presenças confirmadas.

Depois da polêmica edição do ano passado, em que Jay-Z brigou com Noel Gallagher e Amy Winehouse socou um fã, neste ano os ingressos do Festival de Glastonbury esgotaram com bem mais antecedência, em fevereiro. São 177 mil pessoas peregrinando em busca de barracas de comida ruim, cerveja cara e dezenas de shows incríveis.

Acompanhe por aqui as aventuras de uma turma muito desastrada que vai aprontar pra valer no meio de um acampamento em que tudo pode acontecer (inclusive uma aparição surpresa do Jack White).

A raspa do tacho - Yeah Yeah Yeahs e Pete Doherty

4/07

por Ortega

Fotos: Lívia Mendonça

No desespero do Blur, acabamos deixando pra trás vídeos de dois shows que merecem um registro. Primeiro o Pete Doherty doidaco, no melhor estilo "ele não está conseguindo nem ficar em pé, mas até que está tocando bem", no qual ele e Amy são mestres. Esse aí é um trecho de uma das minhas preferidas dos Libertines, "Music when the light go out'.

O Yeah Yeah Yeahs foi o meu segundo show preferido do festival. Karen O está um pouco mais contida, mas ainda é foda no palco. As músicas novas, tipo "Zero", aí, entraram muito bem no repertório, mas "Maps", que a Karen O dedicou ao Michael Jackson, ainda é imbatível.

Oh my baby, oh why?

30/06

por Rodrigo Ortega

Fotos: Lívia Mendonça

Lívia,

agora você está deitada no sofá do albergue, dormindo o seu primeiro sono decente em uma semana, enquanto eu coloco o notebook mais perto dos seus pés para que eles não esfriem muito.

Eu ainda tenho que responder à pergunta que você me fez duas noites atrás, mas não sei se dou conta. Naquela hora era eu quem deveria estar com frio, mas a ansiedade, a garrafinha de uísque que eu comprei no aeroporto sabendo que seria ali que eu a tomaria e as 180 mil pessoas ao nosso redor eram uma proteção e tanto.

Achei a coisa mais linda quando você pegou a minha bolsa e carregou junto com a sua mochila, me deixando só com a garrafa na mão e cinco pessoas na minha frente (descontando as outras dezenas de milhares): você, tentando enxergar algo do telão, e os quatro caras que apareciam nele.

Quando você olhou para trás pela primeira vez, achei que eu tinha disfarçado meus olhos molhados, mas na segunda vi que não tinha jeito. Então você fez a pergunta. O sorriso e os pulos em "Song 2" e "Parklife" são mais fáceis de explicar. Mas e isso?

Eu poderia dizer que era mais uma dessas coisas ridículas de bêbado. Depois de tantas doses de uísque, até "Festa no apê" deixam os olhos de alguém marejados. Mas não era "Festa no apê", era "End of a century".

Talvez fosse mais fácil de explicar desenhando: Graham Coxon com sua guitarra e sua cara de que acabou de sair da cama sem pentear o cabelo e subiu no palco, Alex James com seu baixo e sua cara de quem sabe se divertir mais do que ninguém, Dave Rowntree e sua não-cara de baterista e Damon-criança-hiperativa-Albarn. Mas eu não sei desenhar como você.

Eu poderia só apontar para os olhos do Damon Albarn uns minutos depois, molhados como os meus. Aliás, a gente concordou deve ter usado algo muito mais forte que o Johnny Walker, que o deixou zarolho, dando alguns tropeços e falando coisas sem sentido entre as músicas.

O resto ele fez exatamente como deveria, com fôlego de sobra pra gritar "u-hu" e energia de sobra no corpo para pular como uma criança (e obrigar a todos a fazer o mesmo) naquela música das garotas que são garotos que gostam de garotas etc que é obrigatória em qualquer boate que a gente vai.

Mas enquanto ele falava de "clima positivo", seus olhos estavam tristes. Já dava pra ver através deles, que os momentos que fariam todos à nossa volta arrepiarem de verdade seriam as baladas. Quem diria que "This is a low" seria o segundo ponto alto do show?

A resposta que dei foi algo idiota como "é porque eu gosto muito dessa música". Mas sei que tudo só ficou claro mesmo depois do grande ponto alto da noite. O daqueles versos que as pessoas não pararam de cantar quando a música acabou, obrigando a banda a voltar com a música, depois quando eles saíram do palco, obrigando a banda a voltar com o show, e depois no fim do show de verdade, andando de volta para as barracas em transe.

"Oh my baby, oh my baby, oh why, oh my".

Foi assim, uma celebração estranhamente melancólica. E forte, comovente, inexplicável. Assim como a sua pergunta.

Agora você acordou, e enquanto eu viro o monitor para não ficar sem graça de você me ver digitando isso, te agradeço por todas as boas imagens desse fim de semana. Inclusive as das incríveis moças dos Yeah Yeah Yeahs e Bat For Lashes.



Yeah Yeah Yeahs


Bat For Lashes

:)

Klaxons e Franz Ferdinand

28/06

por Ortega

Fotos: Lívia Mendonça




No resto do sábado, tivemos muito azar e muita sorte na peregrinação pela fazenda de Glastonbury. Primeiro fomos atrás da sensação mor do festival, La Roux. A vocalista foi abordada até pelo Alex Kapranos, como você vê ai embaixo, e "In it for the kill" é o maior hit novo por aqui. Chegamos no horário marcado para o show na tenda dance, e foi simplesmente impossível chegar perto, tinham duas vezes mais pessoas do lado de fora do que de dentro. Fomos mais espertos no hype seguinte, os norte-americanos do Passion Pit, e conseguimos pegar um pedacinho do bom show antes de sair em busca de uma suposta apresentação supresa dos Klaxons no palco do The Park.

Chegando lá, os roadies estavam fantasiados de Alice no País das Maravilhas. Quando a banda subiu ao palco, o guitarrista Simon gritou "Supresa! ". Eles estavam fantasiados de personagens e filmes Tim Burton: Edward Mãos de Tesoura, Beetlejuice e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça. A segunda surpresa foi que eles tocaram várias músicas novas, do segundo álbum que só deve sair em 2009. Veja aí os vídeos, pena que o som ficou meio cagado.

Depois dos Klaxons foi a vez de ver o Franz Ferdinand concorrer com o Bruce Springsteen, que tocava na mesma hora no palco principal. Alex Kapranos estava super animado, e homenageou Michael Jackson gritando "Shamone motherfuckers". O set foi equilibrado entre as músicas dos três discos, com a competência e bombância de sempre.

Agora só falta Yeah Yeah Yeahs, talvez Bat For Lashes e Bon Iver, e Blur (urrul).

Ah, três estudantes escoceses saíram do festival ontem com suspeita de gripe suína :(

Mais fotos Ego indie

28/06

por Rodrigo Ortega

Fotos: Lívia Mendonça


Jarvis Cocker carrega sua guitarra no Leblon no backstage do show dos Klaxons.

Neil Young, Friendly Fires, White Lies, Fleet Foxes, Regina Spektor, Peter Bjorn and John e nosso amigo Alex

26 e 27/06

por Rodrigo Ortega

Fotos: Lívia Mendonça


Alex e sua coquinha

Nosso amigo Alex e a amiga dele La Roux

Já falei um pouco aqui sobre a Regina Spektor tocando no início da manhã cinzenta de sexta-feira. Ela é muito simpática e concentrada na perfirmance, mas o show foi (literalmente) frio.

Depois disso, enquanto o sol se abria, tivemos que nos dividir entre o pós-punk nublado dos White Lies e o folk ensolarado dos Fleet Foxes. Acabamos vendo o comecinho das raposas e a maior parte dos mentirosos. Ambos foram muito bem recebidos pelo público.

Depois dos White Lies, no palco secundário, entrou o Friendy Fires. A galera cantou mais ainda, especialmente em "Paris". Eles ainda tocaram o novo single deles, "Kiss of Life". A promessa era um som totalmente influenciado por samba e calipso (haha), mas o máximo que apareceu foi uma paradinha de tambores. Mas a música é bacana.

A Lady Gaga (veja fotos abaixo) levou o público mais jovem que eu já vi para a beira do palco. Mas não eram só os adolescentes que estavam animados. Um público enorme foi ver a Lady, cantando os refrões e se horrorizando com seus figurinos. O show perdeu um pouco do impacto por ter sido de dia (tipo aqueles desfiles de escola de samba de manhã), mas deu pra ver que ela está bombando aqui. A prova final foi que, saindo do show, trombamos com uma clone da Gaga, de cabelo loiro platinado e um vestido azul estranho. Era a Lily Allen (veja a foto no post abaixo).

No final, fomos para o Neil Young no palco principal. O cantor honrou a categoria dos cantores velhos e canadenses, fazendo um show à altura do Leonard Cohen no ano passado. O set foi muito maior do que o normal daqui, com uma hora e meia, sendo que uns vinte minutos foi ocupado por "Rockin' in a free world", com seu refrão idealista, que combina bastante com o clima aqui, repetido com louvor pelo público.

Hoje, sábado, saímos correndo pra ver o show do Peter, Bjorn and John, e no caminho trombamos com esse moço da foto aí de cima, que toca com seu Franz Ferdinand daqui a pouco. A menina que conversa com ele é a La Roux, que passa pela prova do hype também hoje.

Do Peter, Bjorn and John, acabamos ficando só com as estripulias em "Young Folks".

As fotos da Gaga

26/06

por Ortega

Fotos: Livia Mendonca


A Lady

Saindo do ovo

/o/

Ui

Celu...

Lily Allen saindo do show de sua ídola

Acabou de terminar o primeiro dia completo de shows por aqui. Depois postamos tudo, mas por enquanto fique com as fotos super comportadas da Lady Gaga.

Imagens da sexta

26/06

por Rodrigo Ortega

Fotos: Livia Mendonca


Viuva do Michael

Galerinha esperta no intervalo de sol

Galochinha esperta pros momentos de lama

A vocalista do We Have Band no show de ontem

A pedidos da Mariana, algumas imagens dessa sexta-feira enlameada. De show hoje, por enquanto apenas a Regina Spektor embaixo de uma garoa chata. As partes de piano são bonitas, mas devem ser bem melhores em um lugar mais intimista. As partes mais aplaudidas ão as que ela usa outros instrumentos, como uma guitarra e uma cadeira (?) de madeira, na qual ela batuca durante `Poor rich boy` melhor musica do show.

[Off Topic] Jacko em Glasto

por Rodrigo Ortega

Fotos:

Tomando uma cerveja depois do fim do expediente aqui em Glastonbury, no bar do backstage, de repente não se falava em outra coisa: he's dead. Tínhamos um motivo a mais para achar que era piada - não uma piada geral, mas pessoal. Olha a camisa que nossa fotógrafa e vidente Lívia resolveu colocar hoje de manhã, muitas horas antes da fatídica notícia:

No detalhe:

Dica: nunca dê uma fotocamisa sua de presente para ela.

Oh, oh, oh

Quinta-feira, 25/06

por Rodrigo Ortega

Fotos: Livia Mendonça

Sim, já choveu. Dessa vez minha galochas não são de caveira, mas já estão sujas da lama causada pela chuva que caiu de manhã, seguida por um sol desgraçado e mais chuva no fim da tarde. Apesar dos extremos meteorológicos, não param de chegar ingleses de caras rosadas e bagagens gigantes para armar suas tendas aqui na fazenda onde acontece o festival.

A maioria dos palcos só começa amanhã, mas hoje aconteceu a abertura oficial com shows no minúsculo Queen's Head. Foi impossível chegar perto do palco para ver a primeira apresentação, dos simpáticos ingleses do Maximo Park. Mas a empolgação do início contou mais do que a banda em si, visto que o show não foi muito animado. Logo depois o lugar ficou bem mais vazio, dessa vez com uma banda mais interessante no palco: os londrinos do We Have Band.

O We Have Band foi o vencedor do concurso de novas bandas do Festival (aliás, eles são personagens dessa matéria aqui, para o JB) e é formado por três vocalistas e o mínimo de instrumentos possível: baixo, um pedaço de bateria ou bateria eletrônica e um eventual chocalho. A vocalista fica no meio, cercada pelos dois rapazes, que se alternam nos vocais como se simulassem efeitos de estéreo ao vivo. O show que vimos no sábado, num lugar menor em Londres, foi mais animado, mas esse também foi bem bacana. Veja aí a gritaria de "Oh", que é o primeiro single deles.

Amanhã tem Neil Young, Lady Gaga, Fleet Foxes, Little Boots, White Lies, Regina Spektor, etc (ufa). E previsão de muita chuva (ai).

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