Então, quando fui para o Chevrolet Hall na quinta-feira, estava cansado e desanimado, pensando que ia ser mais um show vazio em Belo Horizonte, um tanto vergonhoso e insosso. Daà o vocalista Tom Chaplin entrou no palco, gastando um português melhor que o meu e com uma roupa que tinha mais cara de Alex Kapranos, e tratou de provar que (como sempre) eu estava errado.
Mas mesmo o claro desconhecimento de Perfect simmetry pela grande maioria do público foi absolutamente engolido pelo inusitado caso de amor iniciado no show entre BH e a banda inglesa. Disparando várias frases em português (“Batam palmasâ€, “Dancemâ€, “Esqueçam seus problemas e aproveitem a noiteâ€, “É muito bom estar em Belorizontcheâ€), Chaplin e sua simpatia contagiaram todo o ginásio - que não estava lotado, mas vibrou muito mais emocionalmente do que quando esteve.
Chaplin sob pressão (do youtube.com/ivanavillefort)
Claro que “Somewhere only we knowâ€, “Is it any wonderâ€, “Crystal ball†e “Spiralling†levaram o público ao delÃrio. E claro que o vocalista inglês não tirou sua jaqueta dourada - e suou bicas com o calor insuportável que tem feito em BH. Mas isso era previsÃvel. Assim como foi previsÃvel o choque dele à mais que calorosa recepção do público mineiro. “We’ve never been welcomed like this before in a place where we played for the first time. All we can say is that we’ll definitely come here again, belorizontche†foi tudo que ele conseguiu dizer.
Mas era exatamente isso de que eu precisava. Essa explosão de sentimentos sem muitos filtros, que acaba se transformando em alegria, dança e num sorriso indisfarçável depois do show. O Keane ainda foi delicado o bastante para não tocar “Playing alongâ€, uma das minhas músicas favoritas do último álbum, mas um pouco triste demais para o tom da noite. Tom Chaplin está mais magro, mas por dentro ele continua um gordinho simpático.