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Trilhas Pop

por Tahiana Máximo

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O tec tec tec que cadenciava os passos de Briony em Desejo e Reparação garantiu a Dario Marianelli o seu mais que merecido Oscar de Melhor Trilha Original. Mas, fora desse campo erudito no qual está a maioria das trilhas indicadas à categoria, existe um grupo de artistas que transita entre as telas de iPods pelo mundo e uma outra tela um pouco maior. Aqui no Pílula, você confere filmes indicados ao Oscar que desfilaram uma trilha de primeira no tapete vermelho e foram indicados a vários prêmios... menos Melhor Trilha.

Caimento perfeito

por Tahiana Máximo

Fotos: Divulgação

A trilha sonora de Juno é um daqueles felizes exemplos de que não é preciso ser feito para você para ter a sua cara. Como aquela peça de roupa que já era bonita, mas depois que vira sua e você faz alguns ajustes, fica muito melhor. Kimya Dawson, 30 anos com voz de 17, se juntou ao diretor Jason Reitman e gravou versões diferentes de suas músicas para que Reitman escolhesse o que gostava. Composta majoritariamente por músicas de Dawson, a trilha ainda traz nomes como Belle and Sebastian, Cat Power, Velvet Underground e Barry Louis Polisar. As canções são despretensiosas e carismáticas, como o filme e sua personagem titulo. O clima voz-e-violão-com-meus-amigos é leve, jovem e intimista, e as letras às vezes tão inocentes ou non-sense que parecem beirar o infantil. Mas tudo se encaixa perfeitamente com o filme e espelha bem seus personagens.


Kimya Dawson e seu amigo violão

Experimente: “Anyone Else But Youâ€, na voz dos atores Michael Cera e Ellen Page, um ótimo exemplo de como o caimento das músicas no filme é perfeito.

Sob medida

por Tahiana Máximo

Fotos: Divulgação

Quando um estilista ultra criativo veste sua musa com sua criação mais impactante, fica difícil saber se a mulher carrega a roupa ou se é o contrário. Johnny Greenwood, guitarrista do Radiohead, criou para Sangue Negro algo assim. A trilha é tão incrível que às vezes eu não sabia se me concentrava na imagem ou na música, e era tudo tão lindamente orquestrado que não importava para onde eu direcionasse minha atenção, meus sentidos ficariam satisfeitos. Isso não quer dizer que os dois não se completem, muito pelo contrario: a harmonia é intensa e a música, intercalada com o silêncio, ajuda a construir um clima constante de tensão e espera. O som estridente e desconcertante das cordas amplifica a figura assombrosa do protagonista Daniel Plainview e cria um enxame de abelhas furiosas prestes a engolir o espectador.


Johnny e sua amiga guitarra

Prove: “Proven Lands†remete ao incansável e irrefreável trabalho de furar o solo seco para arrancar o petróleo de lá.

Você já vestiu isso antes?

por Tahiana Máximo

Fotos: Divulgação

A voz de Eddie Vedder é tão distinta que, quando você escuta a trilha de Na Natureza Selvagem pela primeira vez, é impossível não sentir aquele gostinho de Pearl Jam. Mas calma, é bom escutar de novo, aí dá para perceber que Eddie não é tão previsível assim. O som cru do violão, as notas altas e até o barulho dos dedos roçando nas cordas remetem a um universo americano. Mas não aquela América do consumo e, sim, a do interior que ainda guarda alguma identidade, como o Alasca do filme, para onde o protagonista vai à procura de si mesmo. E Vedder parece acompanhar. Fica difícil olhar a trilha assim crua, ainda no cabide, já que o filme, dirigido por Sean Penn, ainda não chegou por aqui. Vamos ter que esperar para conferir se o som veste bem ou se o zíper emperra no meio.


Vedder e seu amigo Sean

Cai bem: Os solos que sobem e descem em “Rise†fazem você se sentir caminhando descalço pelo Alasca.

Patchwork

por Tahiana Máximo

Fotos: Divulgação

“Tudo o que eu posso fazer é ser eu mesmo, seja lá quem esse seja.†Nas palavras de Bob Dylan, o ser humano é multifacetado, por isso em Eu não estou lá, suas diversas faces-histórias-fases-momentos são interpretadas por seis atores diferentes, do (recentemente) saudoso Heath Ledger à rainha Cate Blanchett. Não é surpresa, então, que a trilha sonora do filme siga essa mesma linha eclética. O CD duplo traz 34 músicas de Dylan interpretadas por diversos artistas contemporâneos. O patchwork junta estampas de todos os tipos: Sonic Youth, Yo La Tengo, Eddie Vedder, Mason Jennings, The Million Dollar Bashers, John Doe - estão todos lá, prestando tributo. Cada artista pôde fazer seus próprios apliques e bordados na obra de Dylan, Jack Johnson trouxe sua viola surfista, Charlotte Gainsbourg adicionou seus sussurros e por aí vai. O resultado é uma colcha de retalhos costurada e arrematada pelo estilo inconfundível de Dylan.


Cate/Dylan e seu amigo cigarro

Peça chave: “I’m not thereâ€, cantada pelo próprio Bob Dylan. Afinal, se tanta gente vai falar do cara, é justo deixar ele se interpretar também.

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