J. K. Rowling, a criadora de “Harry Potterâ€, teve no mÃnimo duas grandes sacadas. A primeira foi usar sua farta imaginação em modo capitalismo selvagem. Ela não só criou um universo em torno de Harry – ela deu ao mundo uma campanha de marketing em pó, na qual bastava acrescentar os consumidores e mexer.
Os alunos de Hogwarts, não importa a idade, usam vassouras voadoras Nimbus, comem sapos de chocolate e feijões mágicos de vários sabores, colecionam figurinhas de magos famosos, compram ingredientes, varinhas, livros e cia. no Beco Diagonal, criam animais enfeitiçados. É um mundo mágico onde comprar e gastar necessariamente faz parte do encantamento de cada dia – e isso deve ajudar bastante na hora de converter a história em venda de balas imitando feijões mágicos, capas de pano preto embaladas como fantasia de bruxo e guias de explicativos de Quadribol.
A outra sacada foi criar uma série de livros que fosse envelhecendo, aproximadamente, junto com sua geração de leitores. Quando o último livro estiver à venda na prateleira, ou o último longa for lançado, bastará tirar uma semana para conhecer toda a saga de Potter. Mas quem acompanhou tudo do inÃcio teve que envelhecer, esperar, e passar por seus próprios anos para saber como passavam as idades de Harry. No cinema, cinco já foram. Todas elas já tiveram seu momento no PÃlula e voltam aqui.